Secções
Entrar

Jerónimo e o Novo Banco: Venda foi má decisão com custos

02 de abril de 2017 às 20:30

"Tudo quanto se conhece desta venda só pode levar a concluir que tem custos presentes e futuros. Esta é uma má decisão", disse o líder comunista no encerramento do 11º Congresso da JCP

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou este domingo em Setúbal que a venda do Novo Banco a um fundo é "uma má decisão", que terá custos para os portugueses, no presente e no futuro.

"Tudo quanto se conhece desta venda só pode levar a concluir que tem custos presentes e futuros. Esta é uma má decisão", disse o líder comunista no encerramento do 11º Congresso da JCP, no Fórum Luísa Todi, em Setúbal.

Num discurso perante centenas de jovens da JCP de todo o País, Jerónimo de Sousa lembrou que os jovens portugueses têm sido fortemente penalizados pelas políticas laborais dos últimos anos, lembrando o relatório da Organização Internacional do Trabalho sobre os salários, divulgado esta semana.

"O relatório diz que Portugal é dos países onde o peso dos salários na economia mais diminuiu. Um dos países onde mais caiu a proporção dos salários no Rendimento Nacional, passando de 60% em 2003, para 52% em 2014. Que somos dos países mais desiguais e nós sabemos quem tem sido particularmente atingido pela política de rebaixamento permanente dos salários: os mais jovens, os jovens que iniciam uma vida laboral com salários de miséria", disse.

O líder comunista garantiu que o PCP não subestima os passos dados na reposição de direitos e rendimentos, muitos dos quais, disse, por proposta do PCP, mas advertiu que tudo poderia ser diferente se o PS tivesse obtido uma maioria absoluta nas últimas eleições legislativas.

"Fosse outro o resultado das eleições legislativas de há ano e meio e fosse possível a formação de um governo maioritário do PS, fosse outra a correlação de forças na Assembleia da República, e muitos dos passos dados não estariam concretizados. Foram-no porque há luta. Foram-no porque o PCP e o PEV, com o seu peso, têm condicionado as opções políticas", frisou Jerónimo de Sousa, aproveitando para alertar os militantes comunistas para a importância das eleições autárquicas do próximo mês de Outubro.

"Estas são eleições que constituem uma batalha política de grande importância, pelo que representam no plano local, mas também pelo que podem contribuir para dar força à luta que travamos nesta nova fase da vida política nacional para melhor defender os interesses dos trabalhadores, do povo e do país", concluiu o líder comunista.

Em comunicado divulgado na sexta-feira, o Banco de Portugal informou que o fundo norte-americano Lone Star vai realizar injecções de capital no Novo Banco no montante total de 1.000 milhões de euros, dos quais 750 milhões de euros logo no fecho da operação e 250 milhões de euros até 2020. Este investimento permite ao fundo passar a controlar 75% do capital do banco, mantendo-se os restantes 25% nas mãos do Fundo de Resolução bancário. O primeiro-ministro, António Costa, afirmou, na sexta-feira, que a venda do Novo Banco não terá impacto directo ou indirecto nas contas públicas, nem novos encargos para os contribuintes, constituindo "uma solução equilibrada".

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela