Secções
Entrar

Descida da TSU é prenda de Natal para empresas, diz Jerónimo

23 de dezembro de 2016 às 18:24

"Não tenhamos ilusões: Este bónus, esta prenda de Natal que o governo do PS quis dar às confederações patronais", disse Jerónimo de Sousa

O secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP), Jerónimo de Sousa, definiu hoje a redução da Taxa Social Única (TSU) acordada em concertação social como uma "prenda de Natal" do "Governo do PS" às grandes multinacionais.

"Não tenhamos ilusões: Este bónus, esta prenda de Natal que o governo do PS quis dar às confederações patronais, vai ter implicações, benefícios e privilégios para as grandes empresas, as grandes multinacionais", sustentou o líder comunista, em declarações à agência Lusa e à Antena 1.

O secretário-geral do PCP falava no Seixal (Setúbal), após uma delegação do partido se ter reunido com a Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas (CPPME) para apresentação as principais conclusões do XX congresso do partido, que decorreu recentemente.

As declarações de Jerónimo surgem um dia depois de o Governo e os parceiros sociais terem chegado a um acordo de princípio de médio prazo, em sede de Concertação Social, sem a CGTP, e que contempla, no imediato, a actualização do salário mínimo nacional para os 557 euros, a partir de 01 de janeiro, a par da redução da TSU em 1,25 pontos percentuais para os empregadores.

Questionado sobre se a baixa da TSU pode representar um incentivo para a contratação pelo salário mínimo, o líder comunista foi peremptório: "É inevitável".

E continuou: "Se há esta benesse, esta vantagem, a tendência vai ser de em vez de combater o número de trabalhadores que recebem o salário mínimo nacional, eles vão aumentar. Há uma parte que é compensada, o patronato".

Depois, Jerónimo de Sousa deu como exemplo os sectores da limpeza e as grandes superfícies como áreas cujos patrões podem ser abrangidos por este "bónus".

O comunista lembrou ainda a componente de "justiça social e desenvolvimento económico" do salário mínimo nacional, que o PCP sempre defendeu que devia ser de 600 euros em janeiro de 2017.

As "divergências" com o PS e o executivo "nada impedem o PCP de prosseguir" as suas lutas, como disso foi exemplo a "batalha" pelas pensões no Orçamento do Estado de 2017, assinalou ainda Jerónimo.

Pela parte da Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas (CPPME), Clementina Henriques sublinhou haver poucos trabalhados das empresas ligadas à entidade que recebam o salário mínimo.

"Não é relevante" no global da associação, frisou ainda, valorizando o encontro com os comunistas e os pontos de convergência entre ambos.

A delegação do PCP que se deslocou esta tarde ao Seixal foi liderada pelo secretário-geral e integrada ainda por Bruno Dias (membro do Comité Central do PCP e deputado) e Fernando Sequeira (membro da Comissão para as Actividades Económicas junto do Comité Central do PCP).

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela