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Covid-19: Mais de 50% das empresas ainda não receberam financiamentos

15 de junho de 2020 às 18:28

Inquérito da Confederação Empresarial de Portugal indica ainda que 78% das empresas deram conta de que os programas de apoio estão aquém ou muito aquém do que é necessário.

Mais de 50% das empresas que pediram financiamento bancário ao abrigo dos programas de apoio do Estado para o combate à covid-19 ainda não o receberam, segundo os resultados de um inquérito promovido pela CIP -- Confederação Empresarial de Portugal.

O barómetro, que tem sido levado a cabo semanalmente, com a colaboração do Marketing FutureCast Lab do ISCTE, revelou que, na semana de 1 de junho 47% das empresas tinham já recebido os montantes em causa, um valor que representa, ainda assim, uma subida de 8,0 pontos percentuais (p.p) em relação à semana anterior.

Durante uma conferência de imprensa no Zoom, o vice-presidente da CIP, Óscar Gaspar, destacou este dado, salientando que muitos destes pedidos datam do início de abril.

No mesmo período, 78% das empresas inquiridas no barómetro deram conta de que os programas de apoio estão aquém ou muito aquém do que é necessário, um valor que, sublinham os autores do estudo, representa uma melhoria face às semanas anteriores.

Na amostra de 652 empresas inquiridas semanalmente para este barómetro é ainda evidente que o número de empresas em 'lay-off' tem vindo a diminuir, situando-se, no período em análise, em 24%.

Além disso, "a maioria das empresas (66%) considera os apoios da União Europeia razoavelmente adequados ou adequados, o que mostra uma evolução muito significativa de mais 17 p.p., face aos 49% da semana anterior", de acordo com os resultados do barómetro.

Neste grupo de sociedades, apenas 4% ainda se encontravam encerrados nesta semana.

A CIP e o ISCTE questionaram ainda as empresas sobre a diversificação que levaram a cabo, tendo concluído que, do total, apenas 19% começaram a produzir e vender novos produtos e serviços. Destas, 7,5% começaram a fabricar produtos e equipamentos ligados à saúde, com um peso de 21% nas suas vendas, sendo 2,4% se dedicaram a comercializar neste segmento.

Das companhias que diversificaram, 13% recorreram a apoios públicos e 65% acredita que os novos produtos e serviços irão permanecer na sua atividade.

No que diz respeito a novos mercados, 9% respondeu favoravelmente, sendo que 4,5% fala em novos clientes internos, nomeadamente em 'software' e equipamentos de proteção, com um peso estimado nas vendas de 22,8%). 82% das empresas acredita que estes mercados irão ficar na sua carteira.

O barómetro questionou as inquiridas ainda acerca da diversificação de canais de venda, tendo 18% das empresas respondido afirmativamente. Ainda assim, 58% reportou um aumento das vendas inferior a 1% através de formas de venda não habituais, como 'take away' e vendas diretas.

Para além disso, 56% das inquiridas não vendia 'online' antes da pandemia, mas no final de maio 63% estavam já a usar este método, com um peso de 23% nas vendas, segundo o barómetro.

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