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CGD: "Não conheço o plano que tem sido mencionado", diz José de Matos

27 de julho de 2016 às 20:37

Segundo o presidente demissionário da Caixa, os valores entre os quatro e cinco mil milhões de euros de recapitalização são números "claramente superiores" aos que estavam em cima da mesa nos primeiros meses do ano

O presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), José de Matos, esteve esta quarta-feira mais de cinco horas a prestar esclarecimentos na comissão de inquérito sobre o banco, naquela que foi a primeira audição da comissão.

 

O gestor arrancou pelas 15h00 a sua intervenção no Parlamento, falando inicialmente durante 55 minutos antes dos deputados dos vários partidos questionarem José de Matos pela sua liderança à frente do banco público.

 

O aumento de capital actualmente em negociação com Bruxelas motivou grande parte das perguntas dos deputados, havendo inclusive algumas palavras mais acesas trocadas entre os coordenadores do PS, João Paulo Correia, e do PSD, Hugo Soares - o socialista fez várias perguntas a José de Matos centradas no anterior executivo PSD/CDS-PP.

 

O gestor declarou que valores entre os quatro e cinco mil milhões de euros de recapitalização são números "claramente superiores" aos que estavam em cima da mesa nos primeiros meses do ano.

 

Sem nunca concretizar quais os montantes em cima da mesa até Março, o presidente cessante da CGD reconheceu todavia que montantes entre "quatro e cinco mil milhões de euros, que têm saído nos jornais", são "claramente superiores" aos que imaginava.

 

Vários órgãos de informação têm adiantado nas últimas semanas que o plano de recapitalização da CGD pode chegar até cerca de cinco mil milhões de euros, mas José de Matos escusou-se a adiantar que montante considera necessário.

 

"Não conheço o plano que tem sido mencionado recentemente na comunicação social", acrescentou ainda o presidente demissionário do banco público - o plano em causa estará a ser negociado já com a futura administração da Caixa, que será presidida por António Domingues.

 

Aos deputados, José de Matos destacou ainda que a equipa de gestão e os trabalhadores do banco público têm desempenhado as suas funções num ambiente discriminatório face aos bancos concorrentes.

 

"Quer os administradores da Caixa, quer os seus trabalhadores, exerceram funções num quadro claramente discriminatório face ao resto do sector", afirmou o responsável.

Depois de escutado José de Matos, os deputados ouvem, na quinta-feira à tarde, o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, e, na sexta-feira à tarde o ministro das Finanças, Mário Centeno, nas primeiras audições marcadas e que antecipam o período de férias parlamentares.

 

A comissão de inquérito à Caixa, imposta potestativamente por PSD e CDS-PP, tomou posse a 5 de Julho na Assembleia da República, sendo presidida pelo social-democrata José Matos Correia.

 

O presidente da comissão referiu que há questões a nível de sigilo bancário e de supervisão que têm de ser melhor definidas pelos coordenadores do partido, pelo que na quinta-feira haverá da parte da manhã uma reunião à porta fechada dedicada ao tema.

 

A comissão de inquérito vai debruçar-se sobre a gestão do banco público desde o ano 2000 e abordará o processo de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, actualmente em negociação com Bruxelas.

 

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