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BE não apoia Governo na venda do Novo Banco

27 de março de 2017 às 18:54

"Nós somos contra uma entrega a privados do Novo Banco numa situação em que os contribuintes ficam a pagar as perdas e o Estado Português não tem uma palavra a dizer sobre a gestão dos activos", garantiu Catarina Martins

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, insistiu hoje que é um "erro" vender o Novo Banco a privados, salientando que o Governo não terá o apoio do partido neste processo.

"A posição do BE é clara. Nós somos contra uma entrega a privados do Novo Banco numa situação em que os contribuintes ficam a pagar as perdas e o Estado Português não tem uma palavra a dizer sobre a gestão dos activos", afirmou a bloquista aos jornalistas, à margem de uma reunião com responsáveis da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL).

Catarina Martins sublinhou que o Governo sabe desta posição "desde a primeira hora", não precisando de o avisar pela Comunicação Social porque têm conversado muito.

"Nós já dissemos isto ao Governo tantas vezes. As pessoas lembram-se que quando o Governo decidiu entregar o Banif ao Santander não contou com o apoio do BE, portanto, não há nenhuma novidade nesta nossa posição", frisou.

A comissária europeia da Concorrência, Margrethe Vestager, admitiu hoje a possibilidade de o Estado português manter 25% do capital do Novo Banco, mas apontou que então deverá assumir outros compromissos, escusando-se a especificar quais.

Numa conferência de imprensa em Bruxelas, Vestager, questionada sobre notícias que apontam para a hipótese de a Comissão permitir que um quarto do capital do Novo Banco se mantenha no sector público, mas sob a condição de o Estado ficar fora da gestão do banco, disse que o executivo comunitário admite estudar alterações ao compromisso inicial (de venda de 100% do Novo Banco), mas salientou que a solução final deve ser "equilibrada".

"Claro que discutimos com as autoridades portuguesas, como discutimos com outras, se estiverem numa situação em que querem alterar compromissos. A nossa missão é assegurar que as alterações são equilibradas. Por isso, se alguém quer fazer algo, talvez favorecendo uma parte, então é preciso equilibrar isso assumindo compromissos noutra área. Mas o processo ainda está em curso, e é da responsabilidade das autoridades portuguesas garantir a venda", afirmou.

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