BCE corta juros pela oitava vez. Taxa cai para 2%
A autoridade monetária liderada por Christine Lagarde anunciou esta quinta-feira a decisão, que era já esperada pelo mercado.
A taxa de juros de referência na Zona Euro vai voltar a cair, para 2%. O Banco Central Europeu (BCE) confirmou esta quinta-feira a decisão de avançar com a oitava descida deste ciclo, que teve início há um ano,em linha com o esperado pelo mercado.
"O Conselho do Banco Central Europeu (BCE) decidiu hoje reduzir as três taxas de juro diretoras do BCE em 25 pontos base. Em particular, a decisão de reduzir a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de depósito – a taxa através da qual o Conselho do BCE define a orientação da política monetária – baseia-se na avaliação atualizada do Conselho do BCE das perspetivas de inflação, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária", anunciou o BCE, em comunicado.
A redução era esperada face à evolução da inflação, que caiu na Zona Euro para 1,9% em maio, face aos 2,2% registados em abril. A evolução resulta, em parte, da desaceleração para 3,6% da subida dos preços da energia em relação ao ano anterior. Ainda assim, excluindo a energia, a inflação também aliviou, para 2,5% em maio, após 2,8% em abril.
"Atualmente, a inflação situa-se em torno do objetivo de médio prazo de 2%, estabelecido pelo Conselho do BCE", sublinhou a autoridade monetária, que atualizou também as projeções macroeconómicas. O staff do BCE vê agora a inflação subjacente a situar-se, em média, em 2,0% em 2025, 1,6% em 2026 e 2,0% em 2027, o que implica revisões em baixa de 0,3 pontos percentuais em relação a 2025 e 2026, em comparação com as projeções de março.
Com maior confiança que a inflação está dominada, os juros ainda caem mais uma vez e, com efeitos a 11 de junho, as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de depósito, às operações principais de refinanciamento e à facilidade permanente de cedência de liquidez serão reduzidas para, respetivamente, 2,00%, 2,15% e 2,40%.
O ciclo de descidas de juros do BCE completa este mês um ano e conta assim já com oito cortes num total de 200 pontos-base. A expectativa do mercado é que, depois do corte desta quinta-feira, haja mais um, também de 25 pontos-base, até ao final do ano. A dúvida é se, no futuro, será a fraqueza da economia (penalizada pela guerra comercial) ou a inflação próxima da meta no médio prazo a pesar mais nas decisões do banco central.
"O Conselho do BCE está determinado a assegurar que a inflação estabiliza, de forma sustentada, no seu objetivo de médio prazo de 2%. Especialmente nas atuais condições de excecional incerteza, seguirá uma abordagem dependente dos dados e reunião a reunião para decidir a orientação apropriada da política monetária. As decisões do Conselho do BCE sobre as taxas de juro basear-se-ão na sua avaliação das perspetivas de inflação, à luz dos dados económicos e financeiros que forem sendo disponibilizados, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária. O Conselho do BCE não se compromete previamente com uma trajetória de taxas específica", acrescentou.
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