Secções
Entrar

74% das famílias em dificuldades financeiras. 44% mal consegue pagar habitação

Leonor Riso 15 de março de 2023 às 12:00

Barómetro anual sobre a capacidade financeira das famílias da DECO Proteste analisou o ano de 2022. Há cinco anos que índice não era tão baixo.

74% das famílias portuguesas enfrentam dificuldades financeiras, revela o Barómetro anual sobre a capacidade financeira das famílias da DECO Proteste, que analisou o ano de 2022. 8% destas famílias vivem numa situação crítica, com dificuldades para pagar as despesas essenciais como a mobilidade, alimentação, saúde, habitação, lazer e educação. 

São as despesas com o carro que mais pesam na gestão orçamental das famílias: 67% dizem ser-lhes difícil conseguir pagar combustíveis, manutenção e seguros. Segue-se a alimentação, com a compra de carne, peixe e alternativas vegetarianas a afetar 59% das famílias. 57% diz ter dificuldades para pagar viagens e estadia, 55%, os cuidados dentários, e 54% a manutenção da casa com obras e remodelações. 


Em 2022, o índice de capacidade financeira das famílias portuguesas atingiu o valor mais baixo dos últimos cinco anos, com um valor de 42,1 - é avaliado de 1 a 100 e quanto mais elevado, melhor essa capacidade. 


É nos Açores que as famílias têm menor capacidade financeira: o índice atinge 37,2. Seguem-se Vila Real (38) e Aveiro (39,4). Os distritos com maior disponibilidade são os de Coimbra (47,1), Madeira (45,1), Beja (43,5) e Lisboa (43,5). 


O cabaz alimentar aumentou 20% entre fevereiro de 2022 e de 2023: passou de €185 para €222. Mercearia, carne, peixe, vegetais e fruta são os alimentos mais difíceis de pagar pelos consumidores. 

A habitação também assumiu um peso maior nos orçamentos familiares e quase metade das famílias portuguesas (44%) diz ter dificuldades em pagar a renda ou o empréstimo. 


Todo este quadro impede poupar sequer uma pequena quantia: 75% dizem ser impossível ou quase impossível. 

"É constatável que não houve uma melhoria efetiva das condições de vida dos portugueses nos últimos anos, e as consequências da guerra na Ucrânia puseram a nu todas as fragilidades da nossa economia e a debilidade económica da maioria dos agregados familiares", sublinha Rita Rodrigues, da DECO Proteste. "Estamos perante um cenário pouco animador para as famílias portuguesas. A incerteza da duração da guerra e os seus efeitos, a ausência de medidas que protejam os consumidores e a crise financeira que vem asfixiando a classe média na última década fazem antever uma evolução pouco auspiciosa da qualidade de vida em Portugal."

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela