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Pugilista Imane Khelif apresenta queixa por "'cyberbullying' agravado"

Lusa 12 de agosto de 2024 às 18:40

O advogado espera que a investigação criminal "apure quem iniciou esta campanha misógina, racista e sexista, mas também se ocupe dos que alimentaram o linchamento digital".

A pugilista argelina Imane Khelif, cujo género esteve nocentro da polémicano torneio de boxe de Paris2024, apresentou queixa na justiça francesa por "'cyberbullying' agravado", anunciou esta segunda-feira o advogado da campeã olímpica da categoria de -66 kg.

REUTERS/Peter Cziborra

"Depois de conquistar a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos Paris2024, a pugilista Imane Khelif decidiu iniciar uma nova luta: da justiça, dignidade e honra", informou na rede social X Nabil Boudi, advogado da atleta, que regressou esta segunda-feira à Argélia.

Boudi, para quem o "assédio injusto sofrido pela pugilista campeã constitui a maior mancha dos Jogos Olímpicos", espera que a investigação criminal "apure quem iniciou esta campanha misógina, racista e sexista, mas também se ocupe dos que alimentaram o linchamento digital".

Khelif, de 25 anos,sagrou-se na sexta-feira campeã olímpicada categoria -66 kg, ao vencer na final a chinesa Yang Liu, campeã do mundo em 2023, por decisão unânime dos juízes.

Em Roland Garros, a argelina, muito fustigada por campanhas de desinformação, críticas e aquilo que denominou de 'bullying', foi celebrada pelas bancadas, em que se viam muitas bandeiras do seu país, sendo muito aplaudida e aclamada.

A lutadorapediu que o 'bullying' de que tem sido alvo parasse, depois de a Associação Internacional de Boxe, afastada do movimento olímpico, ter dito ter testes, nunca divulgados, que comprovam que é um homem.

Khelif, que venceu todos os 'rounds' disputados em Paris2024, foi particularmente visada depois de eliminar a italiana Angela Carini no início do torneio, em 46 segundos, depois de a adversária abandonar, em lágrimas, levando muitos a questionar o seu género.

O Comité Olímpico Internacional (COI) defendeu a argelina, tentando encerrar a discussão sobre uma atleta que nasceu mulher e viveu a vida toda como mulher, inclusivamente competindo em Tóquio2020.

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