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Portugal tomou 8,5 milhões de caixas de antibióticos num ano

18 de novembro de 2016 às 08:55

A venda destes medicamentos ascendeu aos 61 milhões de euros. Desceu 4%

O Dia Europeu do Antibiótico assinala-se hoje e apesar do consumo em Portugal ter descido quatro por cento no último ano, ainda assim registou vendas de cerca de 8,5 milhões de embalagens em farmácias.

De acordo com dados da QuintilesIMS, empresa que resultou da fusão da consultora IMS Health e do produtor mundial de serviços de saúde integrados Quintiles, entre Outubro de 2015 e Setembro de 2016 foram vendidos em Portugal 8,5 milhões de embalagens de antibióticos em farmácias.

A mesma fonte revela que a venda destes medicamentos ascendeu aos 61 milhões de euros, abaixo dos 65 milhões de euros registados no ano anterior.

Segundo a QuintilesIMS, estes dados indicam uma descida de quatro por cento, face ao ano anterior.

A empresa refere que a subclasse de penicilinas de largo espectro continua a liderar o consumo de antibióticos, representando no último ano 41 por cento das vendas em valor deste medicamento.

Em relação à média europeia, a SÁBADO consultou dados do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças referentes a 2014, que colocam o nosso país atrás da média europeia de consumo de doses diárias definidas (DDD) por mil habitantes. A média europeia é de 21,6 DDD por mil habitantes; em Portugal, é de 20,3 DDD por mil. 

O Dia Europeu dos Antibióticos visa promover uma utilização adequada dos antibióticos e informar os doentes acerca dos riscos da auto-medicação com estes medicamentos.

Com este propósito, o Infarmed e a Direcção-Geral da Saúde (DGS) associaram-se para promover uma campanha através da internet e das redes sociais, no âmbito de uma iniciativa do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) para chamar a atenção para o alarmante aumento da resistência aos antibióticos que é observado em toda a Europa.

Um relatório conduzido pelo economista Jim O'Neill, apresentado em Maio, indica que a resistência aos antibióticos poderá vir a matar em 2050 mais dez milhões de pessoas por ano face ao que acontece actualmente, ou seja, uma pessoa em cada três segundos.

"É preciso que isso se torne uma prioridade para todos os chefes de Estado", afirmou na altura O'Neill, citado pela agência France Presse, ao propor uma bateria de medidas a implementar.

O relatório apela à mudança drástica na maneira de utilizar os antibióticos, cujo consumo excessivo e má utilização favorece a resistência das "super-bactérias".

A primeira investigação sobre a resistência aos antibióticos, publicada há um ano em Genebra, revelou que todas as pessoas podem um dia ser afectadas por uma infecção resistente a estes medicamentos.

Na apresentação deste estudo, a directora geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, referiu que o aumento da resistência aos antibióticos representa "um imenso perigo para a saúde mundial".

Esta resistência, acrescentou Margaret Chan, "atinge níveis perigosamente elevados em todas as partes do mundo".

A resistência ocorre quando as bactérias evoluem e se tornam resistentes aos antibióticos utilizados para tratar as infecções.

Este flagelo mundial é sobretudo devido ao consumo excessivo de antibióticos e à sua má utilização.

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