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OMS quer proibir venda de tabaco "com fins lucrativos" em bombas, papelarias e lojas
Peritos da Organização Mundial de Saúde vão apresentar na COP11 um conjunto de medidas para reduzir drasticamente o consumo de tabaco, entre eles a proibição de venda "com fins lucrativos". ANAREC afirma à SÁBADO que medida "é cega e não avalia os impactos na economia".
Peritos da Organização Mundial de Saúde (OMS) vão apresentar na COP11 um
conjunto de medidas para reduzir drasticamente o consumo de cigarros,
entre eles a proibição de venda "com fins lucrativos", uma medida contestada pelo setor em Portugal.
Uma “geração livre de tabaco”
Esta medida pertence a um leque alargado de propostas que visam, em nome da saúde pública, reduzir drasticamente o consumo de tabaco. Intitulado “Medidas Prospetivas para Controlo de Tabaco”, o relatório dos peritos da OMS propõe medidas que afetam a oferta, o consumo e a produção de tabaco. Desde acabar com incentivos comerciais aos retalhistas e banir tabaco a quem nasceu depois de 2008 (a quem chamam “geração livre de tabaco”), passando por limites anuais para a produção, responsabilização do produtor por danos ambientais (como beatas no chão) e proibição total de filtros em cigarros, considerados resíduos plásticos descartáveis, as propostas visam transformar radicalmente o setor. Para reduzir o consumo passivo, a OMS aconselha também expandir as áreas smoke-free para semi-privados, como automóveis particulares e habitações multifamiliares. Caso sejam aprovadas, estas medidas não têm carácter vinculativo – contudo, servem de diretrizes para os Estados-membros da COP. Em Portugal, não é a primeira vez que se tentou aplicar algo semelhante: em 2023, durante o último Executivo de António Costa, foram aprovadas em Conselho de Ministros alterações à Lei do Tabaco, como a proibição da venda em máquinas automáticas e interdição a fumar em espaços próximos de escolas, faculdades ou hospitais. Na altura, em comunicado, a ANAREC alertou para o teor “desigual e discriminatório” da medida: “Sendo de extrema importância a promoção da saúde e a proteção da população à exposição ao fumo ambiental do tabaco, não nos parece que o caminho se faça pela restrição dos pontos de venda de tabaco”, começa por afirmar a associação. O projeto de lei estava em curso no Parlamento, mas acabou por cair com a dissolução do Parlamento no início de 2024. Na Europa, estas medidas também representam ameaças para o erário público dos Estados-membros. O consumo de cigarros ilícitos atingiu 38,9 mil milhões em 2024 na União Europeia, o valor mais elevado desde 2015, com perdas estimadas de até 14,9 mil milhões de euros em receitas fiscais, num "contexto de forte pressão económica", revela o estudo, elaborado anualmente pela consultora KPMG sobre o comércio ilícito de produtos de tabaco, noticiado pelo Jornal de Negócios. Contudo, Portugal é ainda um exemplo: em 2024, o consumo ilícito representou apenas 2,4% do total de cigarros consumidos, uma das taxas mais baixas da União Europeia.Artigos Relacionados
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