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Emissões de dióxido carbono produzidas por veículos pesados aumentaram 30%

Lusa 22 de fevereiro de 2024 às 11:37

"São necessárias regulamentações ambiciosas para travar as suas emissões, que geram impactos ambientais e na saúde", indica o chefe da Unidade de Mobilidade Sustentável do PNUMA, Rob de Jong.

As emissões de dióxido de carbono (CO2) produzidas por veículos pesados aumentaram 30% desde 2000, alertou esta quinta-feira o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) num relatório que pede "regulamentação ambiciosa" para reduzir esta poluição.

Greve motoristas - camiões a cumprir serviços mínimos André Guerreiro

"Os camiões e os autocarros contribuem para o crescimento económico em quase todo o mundo, mas são necessárias regulamentações ambiciosas para travar as suas emissões, que geram impactos ambientais e na saúde", indica o chefe da Unidade de Mobilidade Sustentável do PNUMA, Rob de Jong, no documento.

A instituição salienta que os veículos pesados são responsáveis por mais de 40% das emissões de óxido de azoto (poluente atmosférico) nas estradas.

Estes transportes são, segundo o documento, responsáveis por 60% das partículas abaixo de 2,5 mícrons (um mícron corresponde à milésima parte do milímetro), que podem causar problemas cardíacos e pulmonares nas pessoas que as respiram e ainda 20% do carbono negro, formado pela combustão incompleta dos combustíveis utilizados.

O relatório alerta que a utilização de veículos pesados deverá continuar a subir "consideravelmente devido ao aumento das atividades económicas e à necessidade de transportar pessoas e mercadorias".

O problema é particularmente grave nos países em desenvolvimento, que dependem da importação de veículos pesados usados, por vezes em mau estado de conservação, poluentes e inseguros.

Não existem países com requisitos mínimos para a exportação de veículos pesados usados, de acordo com o relatório, que também conclui que a regulamentação em mais de metade dos países importadores é "fraca" ou "muito fraca" e está a ser inadequadamente aplicada.

Neste contexto, "é uma responsabilidade partilhada dos países importadores e exportadores garantir que os veículos usados mais limpos e mais seguros estejam disponíveis nas estradas dos países em desenvolvimento", estabelecendo "normas mínimas".

Dados referidos no relatório mostram que a grande maioria dos camiões e autocarros registados na União Europeia são a diesel, facto que leva o PNUMA a recomendar uma mudança para tecnologias mais limpas em alguns autocarros.

"A introdução de tecnologias mais limpas nos autocarros pode ser um importante motor da revolução global em direção a transportes com baixas emissões e, em última análise, com emissões zero", afirmou De Jong.

O relatório baseia-se em dados de exportação do Japão, da União Europeia e da Coreia do Sul, que, em conjunto, representam cerca de 60% do mercado de exportação de veículos pesados novos e usados para 146 países, predominantemente de baixo e médio rendimento.

O PNUMA admite que o relatório é limitado pela falta de dados públicos disponíveis dos Estados Unidos, que não separam as exportações de veículos novos e usados, e da China, um exportador emergente.

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