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Descobertas sobre a tolerância imuno-periférica valem Nobel da Medicina

Débora Calheiros Lourenço 06 de outubro de 2025 às 10:37

O prémio foi atribuído a Mari E. Bunkwon, Fred Ramsdell e Shimon Sakaguchi .

O prémio Nobel da Medicina 2025 foi atribuído a Mari E. Bunkwon, Fred Ramsdell e Shimon Sakaguchi “pelas suas descobertas relativas à tolerância imuno-periférica”, anunciou o comité do Nobel esta segunda-feira.
Ilustração dos vencedores do Prémio Nobel 2025 Niklas Elmehed © Nobel Prize Outreach
A tolerância imuno-periférica, impede o sistema imunológico de causar danos ao corpo. O da Prémio Nobel explica que os três laureados fizeram um importante trabalho ao identificarem as células T reguladoras, que impedem que as células imunológicas ataquem o nosso corpo: “As suas descobertas foram decisivas para a nossa compreensão de como o sistema imunitário funciona e por que nem todos desenvolvemos doenças autoimunes graves”, afirmou o presidente do Comité Nobel, Olle Kämpe.   Shimon Sakaguchi foi pioneiro na área, em 1995, quando demonstrou que o sistema imunológico é mais complexo do que se acreditava ao descobrir um tipo de células imunes, que protegem o corpo de doenças autoimunes.   Mais tarde, em 2001, Mari E. Bunkwon e Fred Ramsdell conseguiram apresentar uma explicação para o motivo pelo qual um tipo específico de roedores era particularmente vulnerável a doenças autoimunes. Os cientistas descobriram que os roedores tinham uma mutação num gene que batizaram de Foxp3 e descobriram que a mutação desse gene nos seres humanos causa uma doença autoimune grave, a IPEX. Dois anos depois, Shimon Sakaguchi conseguiu relacionar as descobertas e provou que o gene Foxp3 rege o desenvolvimento das células que identificou em 1995. Essas células são agora conhecidas com T reguladores e sabe-se que monitorizam outras células imunológicas e garantem que o nosso sistema imunológico tolera os nossos próprios tecidos. As descobertas dos vencedores estimularam o desenvolvimento de tratamentos médicos para o cancro e doenças autoimunes, que aumentam a probabilidade de transplantes mais bem-sucedidos. Vários desses tratamentos estão atualmente na fase de ensaios clínicos. Os laureados recebem 11 milhões de coroas suecas (cerca de um milhão de euros) que devem ser divididas igualmente entre os três.
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