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Cientistas encontram "prova mais forte até à data" de vida extraterrestre

Sofia Parissi 17 de abril de 2025 às 18:39

O planeta K2-18 ficou conhecido em 2019, depois do telescópio espacial Hubble ter detetado vapor de água na sua atmosfera.

As observações do telescópio espacial James Webb levantam a possibiliadade de existir vida no universo fora do Sistema Solar. De acordo com o jornal The Guardian, as descobertas sugerem a existência de duas moléculas, o sulfureto de dimetilo (DMS) e dissulfureto de dimetilo (DMDS), num planeta chamado K2-18. Moléculas estas que, no planeta Terra, são associados a organismos vivos, como o fitoplâncton [organismo microscópico aquático]. 

Getty Images

Nikku Madhusudhan, astrofísico da Universidade de Cambridge, envolvido na investigação, disse, citado pelo jornal britânico: "Esta é a prova mais forte até à data de uma atividade biológica para além do sistema solar". No entanto, aconselhou cautela: "Estamos muito cautelosos. Temos de nos questionar se o sinal é real e o que significa". As descobertas, publicadas no Astrophysical Journal Letters, levantam a possibilidade de existirem bioassinaturas (sinais de atividade biológica), o que não significa que existam de facto organismos vivos. 

Por outro lado, há cientistas mais céticos em relação à nova descoberta. "A vida é uma das opções, mas é uma entre muitas", disse Nora Hänni, química do Instituto de Física da Universidade de Berna, citada pelo jornal britânico.

Por outro lado, Jo Barstow, cientista da Open University, afirmou: "O meu nível de ceticismo em relação a qualquer alegação relacionada com provas de vida está permanentemente aumentado para 11, não porque não pense que existe outra vida, mas porque sinto que para uma descoberta tão profunda e significativa o ónus da prova deve ser muito, muito elevado. Acho que este último trabalho não ultrapassa esse limiar".

O planeta em questão situa-se a 124 anos-luz da Terra. Estudos recentes sugerem que o K2-18 b pode ser um exoplaneta Hycean, o que significa que tem uma atmosfera rica em hidrogénio e um possível oceano de água. No entanto, existem outros estudos que colocam a possibilidade destes "oceanos" constituirem, na realidade, mares de magma.

As dúvidas estão essencialmente relacionadas com as condições do planeta extrassolar, que se situa na constelação de Leão, e que orbita à volta da estrela anã fria K2-18. O planeta ficou conhecido em 2019, depois do telescópio espacial Hubble ter detetado vapor de água na sua atmosfera, mas a sua existência já era conhecida desde 2017. 

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