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Covid-19. DGS garante que pessoas anteriormente infetadas "vão ser vacinadas”

Lusa 30 de março de 2021 às 13:19

Direção-Geral da Saúde explica que exclusão de recuperados da doença se deve à escassez de vacinas. "Não se trata de não vacinar os recuperados", garante, defendendo que devem ser priorizadas as pessoas que não tiveram possibilidade de desenvolver imunidade ao vírus.

As pessoas que já tiveram covid-19 e recuperaram da doença também vão ser alvo de vacinação, garantiu hoje a Direção-Geral da Saúde (DGS), explicando que a sua exclusão da primeira fase se deve à escassez de vacinas.

EPA/Daniel Dal Zennaro

Num esclarecimento enviado hoje à agência Lusa, na sequência da denúncia da Ordem dos Médicos a partir do relatório do Centro Europeu para o Controlo de Doenças (ECDC), que destacou na segunda-feira Portugal e Islândia como os únicos países a não incluírem atualmente na vacinação as pessoas anteriormente infetadas pelo vírus SARS-CoV-2, a autoridade de saúde nacional diz que o tema está "em constante monitorização".

"Em Portugal, as pessoas que recuperaram da infeção por SARS-CoV-2 vão ser vacinadas. Não se trata de não vacinar os recuperados. No entanto, neste momento, encontramo-nos num cenário em que o número de vacinas ainda é limitado. Por isso, num contexto de escassez, devem ser priorizadas as pessoas com maior risco de contrair a infeção por SARS-CoV-2 e que não tenham ainda tido a possibilidade de desenvolver resposta imunológica", refere a DGS.

Salientando o "princípio de maximização do benefício" perante a reduzida disponibilidade de vacinas, o organismo liderado por Graça Freitas reitera que "a vacinação de pessoas recuperadas poderá vir a ocorrer logo que a disponibilização de vacinas aumente". A ‘task force’ responsável pelo plano de vacinação contra a covid-19 já realçou o aumento das entregas de vacinas previsto para o segundo trimestre.

Por outro lado, a DGS rebate as críticas com os dados sobre as reinfeções por SARS-CoV-2 a nível mundial, argumentando que o número "é muitíssimo baixo" e que as "pouquíssimas reinfeções são habitualmente quadros clínicos ligeiros" da doença.

"Os estudos têm mostrado que a imunidade adquirida após a infeção por SARS-CoV-2 é duradoura e protege de reinfeções, pelo menos com a mesma eficácia que as vacinas (ou até com mais eficácia)", indica a autoridade de saúde, acrescentando: "A infeção natural pode conferir imunidade até para as novas variantes e por mecanismos adicionais do que a mera produção de anticorpos".

Sem deixar de expressar a leitura de que os testes serológicos não devem ser tidos em conta para as decisões sobre vacinação, e "enquanto as vacinas forem um bem escasso, a estratégia é vacinar quem mais beneficia da vacinação, isto é, as pessoas que não tiveram oportunidade de adquirir imunidade por não terem tido covid-19", conclui a DGS.

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