Não tem o paifang - o tradicional pórtico de entrada decorado em tons de vermelho e dourado. Não tem turistas a passear nas ruas de máquina fotográfica na mão, ou sentados em restaurantes a provar especialidades locais. Também não tem o glamour de outras comunidades chinesas, de cidades como Nova Iorque. Ainda assim, a rua 10, na Varziela, é o que de mais parecido há em Portugal com uma Chinatown. Aqui, as lojas identificadas com caracteres chineses, como a Hai Pin Chen, misturam--se com a Nova Sensação, a Malas Miracle e a Moda de Paris e Itália. À frente destes armazéns, por vezes em segunda fila, há topos de gama da Porsche, BMW e Audi, Ford e Peugeot, (muitas) carrinhas brancas e até roulottes. No meio do acumulado de lojas com antenas parabólicas nas fachadas e placas de várias cores, descarregam-se caixotes de cartão (que se amontoam nas ruas), pendura-se roupa em carrinhos de supermercado e passa, há vários anos e várias vezes por dia, um homem numa bicicleta com atrelado - transporta comida, sobretudo o baozi, o tradicional pão chinês cozido a vapor, para os pequenos-almoços e almoços de quem ali trabalha. Mas até o vendedor ciclista já tem concorrência - dois ou três restaurantes chineses, para chineses, abriram entretanto na Varziela, a 10 minutos de Vila do Conde, 30 minutos do Porto.

Varziela, a terra de 1.500 chineses

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