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Mia Couto: "Em Moçambique nós libertámo-nos”

Catarina Homem Marques 14 de janeiro de 2018 às 08:00

É branco e fala português mas não permite que o incluam num “grupo” que não seja o dos moçambicanos. Para Mia Couto, isso nunca foi uma escolha, e continua a converter a teimosia em optimismo, na vida e na escrita, até porque a luta pela independência lhe deu o “vício” de nunca mais voltar a achar que não vale a pena.

No momento em que põe o último ponto final naquele que foi o seu projecto literário mais vasto até ao momento, a trilogia moçambicanaAs Areias do Imperador– que o ocupou durante mais de três anos –, Mia Couto já está muito distante dos tempos em que o convidavam para eventos e ficavam à espera de receber "uma mulher negra", como brinca às vezes em relação ao seu nome e ao seu estado de periferia literária africana.

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