Sábado – Pense por si

Ficou congelado na neve e sobreviveu

SÁBADO
SÁBADO 22 de janeiro de 2016 às 08:01

Um norte-americano de 26 anos conseguiu recuperar de uma hipotermia grave. Os médicos consideram que foi um milagre

Justin Smith caminhava para casa, num percurso de três quilómetros, em Tresckow, Penisilvânia, Estados Unidos. Estava bem-disposto, depois de um convívio com amigos, quando escorregou na neve e ficou inanimado. Eram 21h30 de uma noite gélida de Fevereiro de 2015, com quatro graus negativos. Durante a queda, terá batido com a cabeça e caído de costas, de acordo com a versão dos médicos. As probabilidades de sobrevivência do estudante de psicologia, de 26 anos, que nem sequer estava devidamente agasalhado, eram praticamente nulas. Mas conseguiu sobreviver e ficar praticamente recuperado, após um ano do acidente. Os médicos consideram tratar-se de um milagre da medicina. Justin, ou "homem do gelo", como passou a ser tratado pelos amigos, regressou esta semana ao hospital que o acompanhou para agradecer à equipa de profissionais de saúde, segundo o site da BBC. Foi encontrado congelado na manhã seguinte ao acidente, às 07h30, pelo pai, Don Smith (na foto, à direita, retirada da página do Facebook de Justin). "Ele tinha a cara azulada. Verifiquei o pulso e os batimentos cardíacos, mas nada", contou Don, que naquele momento suplicou-lhe que não o deixasse. Tudo indicava que estaria morto. Chamados ao local, os paramédicos achavam, de início, que ele estaria morto. Vítima de hipotermia grave, Justin foi encaminhado para o serviço de urgência do hospital de Lehigh Valley, em Hazleton, Penisilvânia. Uma equipa de 15 profissionais de saúde esteve duas horas a fazer-lhe reanimação cardiorrespiratória. Dali, foi transferido de helicóptero para outro hospital. Durante o voo, de 18 minutos, os paramédicos continuaram a reanimação, com 100 compressões cardíacas por minuto. A técnica que se seguiu, no outro hospital, era mais complexa: consistia em ligá-lo a uma máquina, remover-lhe o sangue para aquecê-lo e bombeá-lo novamente para o corpo. "É normalmente usada como último recurso para salvar pacientes com pulmões ou corações comprometidos por enfarte ou casos graves de gripe", segundo a BBC. O cirurgião cardiotorácico, James Wu, que acompanhou o caso de perto, diz que as hipóteses de sobrevivência são de 50%. Cerca de 90 minutos depois, o corpo de Justin já tinha aquecido e o coração batia sozinho. Seguiram-se três meses de internamento até sair do estado vegetativo. O cenário mais realista seria ficar em coma.Contrariando, mais uma vez, as previsões pessimistas, Justin começou a recuperar. Um mês depois de entrar em coma, começou a seguir com o olhar o médico neurologista John Castaldo. Contudo, o seu quadro clínico continuava a ser de extrema gravidade: os rins e pulmões não funcionavam, alguns dedos dos pés e das mãos tiveram de ser amputados devido à grangrena. Foi uma recuperação lenta, que exigiu muita força de vontade do próprio. Após a reaprendizagem de funções básicas, durante vários meses, como a mobilidade, Justin está praticamente como era antes do acidente. Agora pratica golfe e quer retomar a universidade. 

Para continuar a ler
Já tem conta? Faça login

Assinatura Digital SÁBADO GRÁTIS
durante 2 anos, para jovens dos 15 aos 18 anos.

Saber Mais