Maria Filomena Mónica escreveu a sua autobiografia, que deu polémica logo que foi publicada, que termina em 1976, quando tem apenas 33 anos. O que aconteceu depois? A socióloga fala com a SÁBADO sobre o fim da história
Subitamente, desapareceram as dores de cabeça que nos últimos 10 anos a atacavam. Maria Filomena Mónica não sabe ao certo porquê, mas desconfia que terá a ver com a publicação das suas memórias, em Março de 2005. Pelo menos as datas coincidem. A ideia de escrever sobre a sua vida tinha germinado há duas décadas, mas o impulso para agarrar no papel e na caneta só surgiu à custa de uma notícia trágica: há oito anos, quando soube que a sua mãe, doente de Alzheimer, ia rapidamente perder a memória. Apesar de o livro ter chocado aquilo a que chama "o recato hipócrita" português, diz que apenas quis usar os seus conhecimentos académicos - é doutorada em Sociologia pela universidade de Oxford - para compreender o seu passado. "Mesmo assim julguei que ia ser ainda mais criticada e ostracizada." Não se admira que muitos leitores se tenham focado apenas nas suas peripécias amorosas: "Em Portugal, as pessoas têm um medo terrível de falarem sobre a sua vida. Sobretudo de dinheiro e da vida afectiva e sexual." Sem pudores, Maria Filomena Mónica, 63 anos, descreveu os tiques das classes abastadas, a vida em Oxford, a forma como a sua mãe usou de todos os meios para que ascendessem socialmente, as suas depressões e aventuras amorosas, os detalhes de um casamento e o seu fracasso. As personagens, reais, como Vasco Pulido Valente, o seu primeiro marido, Carlos Pinto Coelho, o advogado Pedro Reis, os amigos Teresa Gil e António Pedro de Vasconcelos, ainda se estão a recompor. Com mais de 40 mil exemplares vendidos, os leitores esperam pelo segundo volume, porque Bilhete de Identidade termina em 1976, quando a autora tinha apenas 33 anos.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Através da observação da sua linguagem corporal poderá identificar o tipo de liderança parental, recorrendo ao modelo educativo criado porMaccobye Martin.
Ficaram por ali hora e meia a duas horas, comendo e bebendo, até os algemarem, encapuzarem e levarem de novo para as celas e a rotina dos interrogatórios e torturas.
Já muito se refletiu sobre a falta de incentivos para “os bons” irem para a política: as horas são longas, a responsabilidade é imensa, o escrutínio é severo e a remuneração está longe de compensar as dores de cabeça. O cenário é bem mais apelativo para os populistas e para os oportunistas, como está à vista de toda a gente.