Sábado – Pense por si

António Calvário: "Quando saio à noite ainda é de caixão à cova"

Ana Sofia Fonseca 17 de outubro de 2015 às 09:05

Os pais queriam que fosse advogado. Preferia pianista ou padre. O ídolo da música da década de 60 faz 77 anos a 17 de Outubro e nós recuperamos a entrevista de vida que a SÁBADO lhe fez antes de comemorar 50 anos de carreira

O encontro estava marcado para as duas e meia da tarde, no Café Império, em Lisboa. Ele chegou antes da hora, a tempo de tomar uma água e encher o ego. Na parede, ao lado de outras antigas estrelas, encontram-se duas fotos suas no auge do sucesso. Quando as fãs lhe rasgavam a camisa e só saía de casa sob escolta policial. Foi ele quem, num misto de nostalgia e sentido prático, escolheu o local da entrevista. Morou 30 anos a dois passos do velho café, já por lá muito cantou e, em breve, espera repetir o feito. Além disso, agora que tem casa na outra margem, sempre que vem à capital estaciona o seu Renault por ali. Conhece a zona como o seu repertório e, à conta dos "vândalos" terem estragado os parquímetros, lá poupa umas moedas. Soa a hora agendada, Calvário desce as escadas e escolhe uma mesa longe de olhares. A cada passo deixa um rasto de perfume e um sorriso. Senta-se. Mais uma água e as canções dos Abba a embalarem a conversa. À beira de completar 50 anos de carreira (em 2008), o primeiro artista a representar Portugal na Eurovisão, suspira pelas coroas de Rei da Rádio, pelos dias áureos da revista e sonha entrar numa telenovela. António Calvário continua solteiro e louro rapaz. Ainda incendeia um clube de fãs, todas elas avozinhas. Ah, "Mocidade, Mocidade"!

Para continuar a ler
Já tem conta? Faça login

Assinatura Digital SÁBADO GRÁTIS
durante 2 anos, para jovens dos 15 aos 18 anos.

Saber Mais