Sábado – Pense por si

A casa segura de quem se droga na rua

Susana Lúcio
Susana Lúcio 04 de dezembro de 2024 às 23:00

Na única sala de consumo assistido de Lisboa os toxicodependentes são recebidos sem crítica. A maioria não quer deixar de consumir heroína e cocaína.

"Bom dia, era para fumar”, diz um homem junto ao balcão da receção da Sala de Apoio Integrado, na Quinta do Loureiro, o único espaço de consumo assistido de Lisboa. O técnico conhece-o e, por walkie-talkie, pergunta à colega junto às salas de fumo se há uma vaga. Os espaços estão separados por uma parede, mas uma é exclusiva para cocaína e na outra pode-se também fumar heroína. “Quem só consome cocaína não gosta do cheiro da heroína”, explica o psiquiatra Rodrigo Coutinho, diretor clínico do espaço, gerido pela Associação Ares do Pinhal.

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Dez observações sobre a greve geral

Fazer uma greve geral tem no sector privado uma grande dificuldade, o medo. Medo de passar a ser olhado como “comunista”, o medo de retaliações, o medo de perder o emprego à primeira oportunidade. Quem disser que este não é o factor principal contra o alargamento da greve ao sector privado, não conhece o sector privado.

Adeus, América

Há alturas na vida de uma pessoa em que não vale a pena esperar mais por algo que se desejou muito, mas nunca veio. Na vida dos povos é um pouco assim também. Chegou o momento de nós, europeus, percebermos que é preciso dizer "adeus" à América. A esta América de Trump, claro. Sim, continua a haver uma América boa, cosmopolita, que gosta da democracia liberal, que compreende a vantagem da ligação à UE. Sucede que não sabemos se essa América certa (e, essa sim, grande e forte) vai voltar. Esperem o pior. Porque é provável que o pior esteja a chegar.