Sábado – Pense por si

Vida

António de Almeida (1937-2015)

Myriam Gaspar 20 de agosto de 2015 às 12:00

Frontal e rigoroso, o presidente da Fundação da EDP sempre se recusou a pactuar com interesses instalados, o que lhe valeu ser despedido algumas vezes ao longo da carreira e acumular inimizades

Estava destinado a ser caiador como o pai, se não tivesse emigrado para Moçambique quando tinha dois anos. Uma inevitabilidade para quem  nasceu durante a guerra civil de Espanha, rodeado de pobreza. O casebre – como lhe chamava – onde nasceu em Celorico da Beira, a 16 de Março de 1937, era um amontoado de pedras, o chão de terra batida, não tinha casa de banho. Um espaço único onde a mãe, doméstica, fazia a comida e dormia com o pai. Ficou sensibilizado.

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Já muito se refletiu sobre a falta de incentivos para “os bons” irem para a política: as horas são longas, a responsabilidade é imensa, o escrutínio é severo e a remuneração está longe de compensar as dores de cabeça. O cenário é bem mais apelativo para os populistas e para os oportunistas, como está à vista de toda a gente.

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