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Maria Elena Bergoglio, a única irmã viva do Papa Francisco não o viu nos últimos 12 anos

Gabriela Ângelo 24 de abril de 2025 às 07:00

Em 2013, a irmã mais nova do Papa Francisco despediu-se dele antes de viajar para o conclave, achando que o iria ver de novo. Ele foi eleito, e os irmãos nunca mais se viram. A sua saúde também não deve permitir que se desloque a Roma para o funeral de Francisco.

No dia 13 de março de 2013, Maria Elena Bergoglio seguiu a eleição do novo Papa, assim como milhões de pessoas por todo o mundo. Sabia que o seu irmão fazia parte do conclave, mas estava convencida de que não seria ele o eleito, tinha as suas razões. 

Maria Elena Bergoglio AP Photo/Victor R. Caivano

Até ao momento não tinha havido um Papa da América Latina e sabia que na eleição anterior, apesar de ter recebido 40 votos em uma das rondas, Francisco pediu aos seus apoiantes para votarem no cardeal Joseph Ratzinger, que viria a ser o papa Bento XVI. Foi um gesto de humildade e de convicção que seria recompensado nas eleições de 2013.

Nesse dia de março, enquanto lavava a loiça, ouviu o anúncio de que tinha sido eleito um papa: "Habemus papam". "Assim que ouvi "Jorge Mario", congelei completamente. Nem sequer ouvi o apelido ou o nome que ele tinha escolhido para Papa. Comecei a chorar, inconsolavelmente", contou Maria ao jornal argentino La Nación na altura. 

Durante essa entrevista com a publicação, previu que Francisco iria mudar a Igreja pelas suas fortes convicções, que o acompanharam ao longo do seu papado de 12 anos. "Sinto que ele vai provocar uma mudança na Igreja", disse, "não só porque é um homem íntegro, de carácter firme e de convicções admiráveis, mas também porque terá o apoio de todos nós através da oração". 

Maria Elena é a única dos quatro irmãos Bergoglio ainda viva. Tem 76 anos, é separada, mãe de dois rapazes, Jorge e José, e uma vez que o seu estado de saúde é delicado, encontra-se sob os cuidados de uma instituição religiosa de Buenos Aires, não é expectável que esteja presente no funeral do irmão, no próximo sábado, em Roma.

No dia em que foi eleito Papa, Jorge Mario ligou-lhe de Roma, relatou o La Nación e a HOLA! Argentina. Foi um telefonema breve onde lhe pediu que informasse o resto da família de que ele estava bem e de que não conseguia falar com todos mas que confiava nela para transmitir a mensagem. Ainda nesse telefonema, combinaram que Maria Elena não iria viajar até Roma para a sua cerimónia de entronização devido ao seu estado de saúde. 

Passaram 12 anos desde que o bispo de Buenos Aires Jorge Mario Bergoglio subiu à varanda da Praça de São Pedro, no Vaticano, os mesmos desde que Maria Elena viu o seu irmão em pessoa pela última vez. Despediu-se de Francisco antes de ele ir para o conclave porque pensava que iria regressar em breve, mas depois de ser eleito, e devido ao seu estado frágil de saúde, os médicos aconselharam contra a realização de voos longos, perdendo a oportunidade de se encontrar uma última vez com o seu irmão. 

O Papa Francisco morreu esta segunda-feira (21), um dia depois do Domingo de Páscoa, o velório começou quarta-feira e vai terminar sexta-feira. O funeral irá decorrer no sábado na Brasília de São Pedro, onde se encontra o seu corpo actualmente. Depois da cerimónia fúnebre, haverá um cortejo que levará o seu corpo até à Basílica de Santa Maria Maior, onde vai ficar sepultado.

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