O "reclame 3D" em que está transformado o conceito de sucesso - para sempre indexado à inevitavelmente amorfa "popularidade" do "genuíno" e do "bem sucedido" - arredou dos dias de hoje qualquer hipótese de verdadeiro mérito e visão. Personificamos tudo, idolatramos incompetentes a torto e a direito, e vêm aí mais 6,5 milhões de euros de campanha eleitoral, para ficarmos com uma orelha cheia de nada e outra de coisa nenhuma. Se no caso do ex-futebolista, o problema é da ordem do consumo - quem quer gasta, quem não quer não gasta - já no caso da escolha do futuro primeiro-ministro, sinistros espectáculos como o congresso de Matosinhos ou batalhas artificiais como a do Dr. Fernando Nobre, auguram mais um retrato da nossa pequenez, sem golos impossíveis. Estaremos entregues ao que conseguirmos fazer por nós próprios, parece evidente, existencialismos à parte.