José Sócrates não cria, recria. Conseguiu transformar o Governo numa central de reciclagem.
O primeiro-ministro pilha o passado para recriar o presente e transformar o futuro numa ficção. Nas vésperas de ir prestar contas a Angela Merkel, como um aluno tresmalhado, Sócrates continua a ter a invulgar capacidade de anunciar novidades que já o foram há meses. Ou seja, o marketing é hoje a única política real do Executivo. Este Governo é a nova versão do restaurador Olex. O seu único objectivo é iludir a realidade. O drama de Portugal começa a ser óbvio: o gestor do Estado é alguém que paira sobre a realidade e a confunde com um concurso de pirotecnia criativa. Os sucessivos estágios para jovens, aos 50 mil de cada vez, que anuncia ciclicamente, e que são sempre os mesmos, mostra que anunciar projectos é a única actividade governamental. Sócrates tornou-se o multiplicador de ilusões. Com o cerco financeiro ao País cada vez mais visível, o Governo vive a sua fase psicadélica. É uma atitude simpática, com a diferença que não estamos na década de 60 nem o Governo é um digno sucessor dos Merry Pranksters de Ken Kesey. Portugal precisa neste momento de ter um Governo que resolva os problemas que herdou e expandiu e não um grupo de criativos. A difícil situação económica e financeira (e qualquer dia social) não se resolve com marketing e publicidade. Ao perderem o sentido da realidade, José Sócrates e o Governo estão a tornar o Estado português numa câmara de eco. Só que frases muitas vezes repetidas não se transformam em verdade por obra da reciclagem.
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O País precisa de uma viragem de mentalidade. De um governante que olhe para a segurança com visão estratégica, pragmatismo e coragem. Que não fale apenas de leis, mas de pessoas, de sistemas, de tecnologia e de resultados.
Importa que o Governo dê agora um sinal claro, concreto e visível, de que avançará rapidamente com um modelo de assessoria sólido, estável e devidamente dimensionado, para todos os tribunais portugueses, em ambas as jurisdições.