O escritor britânico foi denunciado por oito mulheres com alegações de agressão, abuso e coação.
A Dark Horse Comics, uma das editoras de Neil Gaiman, dispensou o escritor britânico que enfrenta várias acusações de agressão e assédio sexual, enquanto a agência que geria as suas palestras retirou do 'site' o seu nome.
Charles Sykes/Invision/AP
A Dark Horse Comics anunciou na rede social X no passado fim de semana que não iria lançar mais a sua série ilustrada baseada no romance de Gaiman, "Anansi Boys". A sétima das oito edições previstas saiu no início deste mês.
"A Dark Horse leva a sério as acusações contra Neil Gaiman e já não publicamos as suas obras", lê-se no comunicado da Dark Horse, que ainda inclui os livros de Gaiman no seu 'site'.
As alegações contra Gaiman, conhecido porbest-sellerscomo "Coraline e a porta secreta" e a série "The Sandman", surgiram pela primeira vez no verão numpodcast da Tortoise Media.
Depois de um longo artigo daNew York Magazine, em janeiro, ter incluído alegações de agressão, abuso e coação de oito mulheres, Gaiman respondeu comuma publicação num blogue, negando qualquer irregularidade.
"Como a maioria de nós, estou a aprender e a tentar fazer o trabalho necessário, e sei que este não é um processo que acontece de um dia para o outro", frisou.
"Ao mesmo tempo, ao refletir sobre o meu passado - e ao rever tudo o que realmente aconteceu, por oposição ao que está a ser alegado - não aceito que tenha havido qualquer abuso", acrescentou.
Gaiman trabalhou com várias editoras ao longo dos anos. Duas destas, a HarperCollins e a W.W. Norton, disseram que não têm planos para lançar os seus livros no futuro. Outros, incluindo a Bloomsbury, não quiseram até agora fazer comentários, noticiou a agência Associated Press (AP).
Gaiman ainda indica a agência Stephen Barclay no seu 'site' como contacto para aparições pessoais, mas o seu nome não aparece na lista de clientes da agência. Barclay não respondeu imediatamente a um pedido de reação.
A Disney parou uma adaptação planeada de "The Graveyard Book", de Gaiman, enquanto a Netflix ainda tem programado lançar uma segunda temporada baseada em "The Sandman".
Neil Gaiman é um dos mais populares e influentes escritores e argumentistas da literatura anglo-saxónica, no universo da fantasia. Tendo trocado o jornalismo pela ficção, publicou romances, contos, livros ilustrados, banda desenhada, argumentos para cinema e televisão.
"Deuses Americanos", "Bons augúrios", coassinado com Terry Pratchett, "A estranha vida de Nobody Owens", "Terra do Nada" e "Stardust" são ainda alguns dos livros da extensa bibliografia de Neil Gaiman.
O autor, que foi embaixador da boa vontade da ONU entre 2017 e 2019, reúne ainda alguns dos mais relevantes prémios literários do género, nomeadamente os prémios Hugo, Nebula e Eisner, além das distinções Newbery e Carnegie, na literatura para crianças e jovens.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
A escola é um espaço seguro, natural e cientificamente fundamentado para um diálogo sobre a sexualidade, a par de outros temas. E isto é especialmente essencial para milhares de jovens, para quem a escola é o sítio onde encontram a única oportunidade para abordarem múltiplos temas de forma construtiva.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.