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Camionistas exigem explicações no ministério da Economia

12 de outubro de 2011 às 10:08

A acção da polícia que na última madrugada rebocou os camiões dos trabalhadores em protesto da empresa TNC levou, esta manhã de quarta-feira, sindicalistas da FECTRANS a deslocarem-se para o ministério da Economia a fim de terem explicações sobre a acção da polícia.

A iniciativa é chefiada pelo coordenador da Federação dos Sindicados dos Transportes (FECTRANS), Amável Alves, revelou Fernando Fidalgo, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos (STRUP)."A delegação vai tentar ser recebida esta manhã pelo adjunto do secretário de Estado das Obras Públicas e Transportes, João Dentinho, no sentido de se obter esclarecimentos sobre esta situação. No final, a delegação virá para aqui [Alverca]", afirmou Fernando Fidalgo.Recorde-se que duas centenas de elementos do Corpo de Intervenção da PSP acabaram ao início da madrugada de hoje com o protesto dos camionistas da TNC em frente ao Campus da Justiça, no Parque das Nações.A operação teve início à 01h00. Munidos de uma ordem judicial, os agentes fizeram-se acompanhar de uma dezena de veículos de reboque de pesados para retirar as cerca de três dezenas de camiões que ali estavam parados, em plena via, desde o início do protesto, em Setembro. Os agentes cercaram toda a zona e não deixaram ninguém aproximar-se. Parte da força policial deslocou-se ainda para a sede da empresa, em Alverca, para impedir que mais camiões saíssem para o Parque das Nações. A polícia informou os dois únicos camionistas presentes na zona que tinha uma ordem judicial para arrestar os veículos, mas não apresentou qualquer documento. "A polícia disse-nos que tinha uma ordem judicial para arrestar os camiões, mas nunca mostrou nenhum documento", contou ao CM António Barros, um dos motoristas surpreendidos pela operação.Os camionistas encontravam-se no Campus da Justiça a exigir a decisão da juíza relativa à marcação de uma assembleia de credores da empresa, que entrou em insolvência e para a qual procuram encontrar uma solução. Em causa estão 126 postos de trabalho.De acordo com Anabela Carvalheira, do STRUP, "a polícia está a cumprir uma ordem que tem por base a decisão de liquidação da empresa votada na última assembleia de credores", que decorreu a 11 de julho.

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