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Uzbequistão. Morreu Karimov, um dos últimos ditadores da Europa

02 de setembro de 2016 às 19:46

Karimov, reeleito em 2015, de ter regularmente falseado resultados eleitorais, preso arbitrariamente centenas de opositores e apoiado o recurso à tortura nas prisões

O presidente do Uzbequistão, Islam Karimov, que dirigiu o país mais de um quarto de século, morreu esta sexta.-feira na sequência de uma hemorragia cerebral, anunciou ao fim da tarde a televisão pública uzbeque.

 

"Caros compatriotas, é com uma imensa dor nos nossos corações que vos anunciamos a morte do nosso querido presidente", declarou o apresentador, acrescentando: "Islam Abduganievitch (Karimov) morreu a 2 de Setembro de 2016 em Tachkent, em consequência de uma hemorragia cerebral."

 

Por sua vez, a filha mais nova do chefe de Estado, Lola Karimova-Tilliaïeva, escreveu na rede social Instagram "Ele deixou-nos. Procuro as palavras, não consigo acreditar".

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Uma foto publicada por Lola Karimova-Tillyaeva (@lola_tillyaeva) a

 

Islam Karimov, de 78 anos, será sepultado na sua cidade natal, Samarcanda, no sudeste do Uzbequistão, segundo a televisão pública. O primeiro-ministro uzbeque, Chavkat Mirzioïev, dirige a comissão encarregada de organizar as cerimónias fúnebres, um sinal do papel importante que poderá desempenhar no Uzbequistão pós-Karimov.

 

As autoridades uzbeques tinham anunciado de manhã que Islam Karimov se encontrava "em estado crítico" depois de ter sido hospitalizado durante o fim-de-semana.

 

A Turquia, aliada próxima do Uzbequistão, não tardou a apresentar condolências, seguida dos dirigentes da Geórgia e do Irão.

 

Nascido a 30 de Janeiro de 1938, o Presidente uzbeque cresceu num orfanato, iniciando em seguida a sua escalada dentro do aparelho do Partido Comunista na era da União Soviética, até chegar à liderança da República Soviética do Uzbequistão.

 

Com a independência, em 1991, manteve-se no poder e apressou-se a eliminar todos os seus opositores.

 

Muitas organizações não-governamentais acusam Karimov, que foi reeleito em 2015, de ter regularmente falseado resultados eleitorais, preso arbitrariamente centenas de opositores e apoiado o recurso à tortura nas prisões.

 

Apesar dos rumores persistentes sobre a fragilidade do seu estado de saúde, Islam Karimov não nomeou qualquer sucessor no país que é um dos principais exportadores mundiais de algodão e faz fronteira com o Afeganistão.

 

Os candidatos mais credíveis à sucessão de Karimov são o seu primeiro-ministro, Chavkat Mirzioïev, e o vice-primeiro-ministro, Rustam Azimov, que são considerados adversários.

 

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