UHF não actuam no Avante por divergências na divulgação
A banda considera que não está a ser dado o destaque à banda que é dado a outros nomes que vão estar no festival
A banda UHF cancelou a actuação prevista na Festa do Avante pela "utilização distorcida do nome do grupo na divulgação do evento". A 40.ª edição da Festa realiza-se de 2 a 4 de Setembro na quinta da Atalaia, no Seixal.
Em declarações à Lusa, António Manuel Ribeiro, um dos líderes do grupo, justificou o cancelamento por não estar a ser dado, nos cartazes de divulgação, o destaque à banda que é dado a outros nomes, ou até por estar ausente dos cartazes e nos "mupis" (painéis urbanos verticais), o que foi feito sem o conhecimento da banda.
"Quando procurámos a reparação da situação, não foi possível, por razões que me transcendem e portanto vimo-nos obrigados a cancelar, porque nós temos normas contratuais que não foram respeitadas", disse o músico, que reconheceu que apesar de ter participado na conferência de imprensa de apresentação da Festa, não foi assinado ainda um contrato com a entidade organizadora.
António Manuel Ribeiro afirmou que participou na conferência de imprensa da Festa, realizada no passado 23 de Junho, em Lisboa, na qual "Rúben de Carvalho destacou a participação da banda, que ia abrir, no sábado o palco 25 de Abril, pelas 15h, numa maratona dos vários artistas que fazem a festa há 40 anos".
"Depois desse destaque que foi feito, olhámos para o nosso nome ou não o víamos ou tinha sido encolhido", afirmou o artista. "A forma como nós estávamos na divulgação era uma forma menor, pois há cartazes inclusive em que nem aparece o nosso nome", sublinhou ainda.
"Começámos em 1981, há 35 anos, no Casalinho da Ajuda, e os números oficiais dessa noite apontavam para 120.000 pessoas a cantar 'Cavalos de corrida' e "Rua do Carmo", entre outras", recorda a banda em comunicado.
A 40.ª Festa do Avante realiza-se de 2 a 4 de Setembro, num espaço alargado, ao incluir, além da quinta da Atalaia, a quinta do Cabo, adquirida por subscrição interna do Partido Comunista Português (PCP), que organiza o certame, como explicou na ocasião Alexandre Araújo, do secretariado do Comité Central.
Para António Manuel Ribeiro a forma como foi tratada a divulgação "traz à banda danos patrimoniais", porque "há uma dimensão dada a alguns nomes e outra a outros nomes, sem sabermos qual é o critério". "Se soubéssemos que era esse o critério teríamos dito que não, nós fomos confrontados com o facto consumado", acrescentou António Manuel Ribeiro.
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