PS/Madeira quer audição parlamentar sobre encerramento de hotel
Os socialistas consideram que a saída dos últimos hóspedes do hotel, no Funchal, será um momento negro para a história das unidades turísticas
O PS/Madeira anunciou esta quinta-feira que pretende convocar uma audição parlamentar para ouvir o secretário do Turismo da região e os dirigentes do Sindicato da Hotelaria sobre o encerramento do hotel Regency Palace, que vai lançar 110 trabalhadores no desemprego.
Em comunicado, os responsáveis socialistas madeirenses consideram que terça-feira, a data anunciada para a saída dos últimos hóspedes deste hotel, no Funchal, "será um dia negro para a história das unidades turísticas".
Na nota, mencionam que o encerramento do hotel acontece na sequência da recusa "dos dois maiores credores (Novo Banco e PCP) de manter a unidade hoteleira em funcionamento". O hotel deve a estas duas instituições cerca de 25 milhões de euros.
"É lamentável que este hotel feche as portas, deixando 110 madeirenses na lista do desemprego", declara o PS/Madeira, considerando que "o Governo Regional não pode ficar indiferente a um acontecimento tão relevante, num sector tão importante para a Madeira como é caso do turismo".
Os socialistas insulares informam que pretendem "analisar os mecanismos necessários para ultrapassar as dificuldades inerentes a este processo de encerramento".
Este hotel de cinco estrelas foi inaugurado em Novembro de 1999, tem 95 suites e 115 quartos e entrou em insolvência na sequência das dívidas avaliadas em mais de 40 milhões de euros, sendo os maiores credores o Novo Banco e o BCP, seguindo-se a Segurança Social (4,2 milhões) e as Finanças (832 mil euros).
A 30 de Abril, depois de divulgada a decisão de fechar a unidade, um comunicado do gabinete do secretário da Economia, Turismo e Cultura da Madeira, Eduardo Jesus, informou ter acontecido uma reunião com os elementos do sindicato do sector, delegados sindicais e o administrador da insolvência para abordar a situação.
A nota referia que tinha sido enviada "uma comunicação aos administradores das entidades bancárias, principais credores da empresa gestora do hotel Regency Palace, a apelar à razoabilidade nesta matéria, sublinhando a importância de encontrar uma solução que minimize danos, quer para os trabalhadores daquela unidade, quer para a imagem da região enquanto destino turístico, tendo em conta que aquele é um hotel que apresenta, actualmente, uma elevada taxa de ocupação média e contratos de time-share activos".
Fonte do sindicato da Hotelaria e Similares da Madeira confirmou à Lusa que "o hotel só está aberto até final do mês", admitindo que estão a ser planeadas acções de mobilização por parte dos trabalhadores contra esta situação.
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