Secções
Entrar

Presidente do Governo dos Açores diz que fez "tudo" para garantir estabilidade

18 de novembro de 2021 às 22:19

"Caso não seja possível, o povo é sempre soberano e as eleições são o melhor instrumento para que a verdade do povo tome a opção que entender. Tenho a convicção de que fiz tudo", disse o social-democrata.

O presidente do Governo açoriano alertou hoje que "as questões dos Açores resolvem-se nos Açores", assegurando que fez tudo para "garantir a estabilidade política", incluindo falar com o deputado regional do Chega para construir "um denominador comum".

"Tudo fiz para garantir a estabilidade política e uma boa governação para os Açores. Caso não seja possível, o povo é sempre soberano e as eleições são o melhor instrumento para que a verdade do povo tome a opção que entender. Tenho a convicção de que fiz tudo. A partir daí, cada um fala por si", disse o social-democrata José Manuel Bolieiro em Ponta Delgada.

O chefe do executivo açoriano falava a propósito do apelo do líder nacional do Chega para o seu deputado único retirar o apoio parlamentar ao Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM), em véspera de debate e votação do Orçamento Regional.

Em declarações aos jornalistas após receber, em audiência, Paulo Rangel, candidato à liderança do PSD, Bolieiro frisou que "as questões dos Açores resolvem-se nos Açores" e revelou que tem falado com o deputado do Chega, José Pacheco, tendo feito o mesmo "com todos, relativamente às referências para a construção de um denominador comum, sólido e que beneficie o interesse dos Açores".

"Não posso ir além falando pelos outros", frisou, perante a insistência dos jornalistas sobre uma aparente confiança na viabilização do Orçamento Regional, que começa a ser debatido no parlamento açoriano na segunda-feira.

"Fizemos o que tínhamos a fazer. A minha expetativa é que, das conversações que tenho desenvolvido com todos, assegurar que se consigam rever com realismo, sem fantasia, na versão final [do Orçamento]", justificou.

Bolieiro apontou ainda a "lealdade do diálogo" que tem mantido com os partidos, num "exercício de humildade democrática" para a confiança de que o Orçamento seja viabilizado.

"Entre a anteproposta [de Orçamento] e a proposta [entregue no parlamento regional] absorvemos todas as 'aportações' que foram possíveis, à luz da informação que tínhamos", observou.

Tal, não invalida, disse, "outras conversações que possam, como é tradição, estar em análise no próprio debate parlamentar".

"Há, no entanto, uma posição essencial: foi apresentado um documento que já aportou várias sugestões no sentido de ter um denominador comum à realidade das informações que tínhamos, para que haja um consenso", disse.

Por outro lado, "pode haver sempre apreciação e debate em especialidade e outras propostas".

"O trabalho que me competia fazer, na da defesa do interesse dos Açores e de auscultação -- esse trabalho eu fiz", vincou.

A Assembleia Legislativa Regional dos Açores é composta por 57 eleitos e a coligação de direita do Governo -- que representa 26 deputados - precisa de mais três parlamentares para ter maioria absoluta.

A coligação assinou um acordo de incidência parlamentar com o Chega e o PSD com a Iniciativa Liberal.

O Chega elegeu dois deputados nas eleições legislativas de 2020, mas um deles -- Carlos Furtado -- passou a independente após ter perdido, em julho, a confiança política do líder nacional do partido.

O parlamento açoriano conta ainda com mais 28 deputados: 25 deputados do PS, que já anunciou o voto contra, dois do BE, que admitiu votar contra, e um do PAN, que aguarda validação da comissão política local para votar contra.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela