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Polícia turca terá identificado sírio como autor dos atentados

18 de fevereiro de 2016 às 08:33

Imprensa turca indica que homem terá entrado no país como refugiado, mas ainda não há confirmação oficial

A polícia da Turquia identificou um sírio, apresentado como próximo das milícias curdas e recém-chegado ao país como refugiado, como o autor do atentado que fez 28 mortos na quarta-feira em Ancara, informa hoje a imprensa.

O condutor do veículo carregado de explosivos que destruiu viaturas de uma coluna militar, identificado como Salih Necar, morreu na explosão, segundo os jornaisYeni Safak(próximo do Governo) eSözcü(oposição).

O homem foi identificado graças às impressões digitais, registadas pelos serviços de imigração aquando da sua entrada recente no território turco como refugiado, segundo os dois diários.

A polícia turca suspeita de que o homem era próximo das Unidades de Protecção do Povo (YPG), as milícias do Partido da União Democrática (PYD), a principal força curda na Síria, afirmam oYeni Safak e o Sözcü.

Nenhuma das informações foi oficialmente confirmada.

Atentado faz pelo menos 28 mortos
O atentado com carro armadilhado perpetrado no centro de Ancara esta quarta-feira contra uma coluna militar provocou pelo menos 28 mortos e 61 feridos, confirmou o Governo turco.

Numan Kurtulmus, porta-voz do executivo islamita-conservador turco, disse que o incidente constitui um "ataque contra a pátria" e sublinhou que entre há civis entre as vítimas, apesar de não ter especificado o número nem ter atribuído a qualquer grupo a autoria do atentado.

Na sequência do atentado, o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, decidiu cancelar uma viagem a Bruxelas, prevista para esta noite, onde participaria na quinta-feira na cimeira dos líderes da União Europeia (UE) centrada na crise dos refugiados.

Responsáveis do Governo, do exército e dos serviços de informações turcos reuniram-se após o atentado no palácio presidencial de Ancara, na presença do chefe de Estado, Recep Tayip Erdogan, e de Davutoglu, informaram os media locais.

A NTV disse que a explosão aconteceu perto de um bloco residencial destinado a oficiais superiores da instituição militar.

O porta-voz do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP, no poder), Omer Celik, já condenou firmemente o ataque. "O terror atacou Ancara traiçoeiramente. Amaldiçoamos este ataque", referiu, ainda citado pelos media turcos.

Diversos jornais e televisões colocaram nas suas páginas da internet fotografias de uma coluna de fumo junto de um complexo militar no centro da capital da Turquia, enquanto testemunhas indicaram que a explosão foi escutada em diversas zonas da capital.

A Turquia registou uma série de atentados no seu território desde o Verão passado, todos atribuídos pelas autoridades ao grupo jihadista Estado Islâmico (EI).

Os ataques com explosivos contra colunas de veículos militares são ainda uma das habituais tácticas do ilegalizado Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).

No entanto, a guerrilha curda apenas tem actuado no sudeste da Turquia, e seria a primeira vez que lança um ataques desta envergadura no coração da capital turca, uma zona com numerosas instalações militares e oficiais.

A capital da Turquia já estava em alerta após dois bombistas suicidas terem morto 101 pessoas em 10 de Outubro, durante uma manifestação de activistas pela paz perto da principal estação ferroviária de Ancara, o mais grave atentado terrorista na história moderna do país e atribuído ao EI.

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