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PCP saúda reeleição de Maduro e repudia "manobras de ingerência"

Lusa 29 de julho de 2024 às 15:51

O partido repudiou ainda o que considera serem "manobras de ingerência nas eleições da Venezuela, que foram amplamente propagandeadas".

O PCP considerou hoje que as eleições na Venezuela "reafirmaram o apoio popular ao processo bolivariano", saudando a reeleição de Nicolás Maduro, e repudiou "manobras de ingerência" que procuram "colocar em causa o processo eleitoral e os seus resultados".

Maduro Venezuela Miraflores Palace/Handout via REUTERS

Em comunicado, os comunistas destacam que as eleições na Venezuela "constituíram uma importante jornada democrática, em que participaram milhões de venezuelanos e cujos resultados reafirmaram o apoio popular ao processo bolivariano".

"O PCP saúda a eleição de Nicolás Maduro como Presidente da República Bolivariana da Venezuela, bem como o conjunto das forças progressistas, democráticas e patriotas venezuelanas que alcançam mais uma importante vitória com esta eleição, derrotando o projeto reacionário, antidemocrático e de abdicação nacional", lê-se no comunicado.

O partido repudiou ainda o que considera serem "manobras de ingerência nas eleições da Venezuela, que foram amplamente propagandeadas".

"O PCP denuncia as ações internas e externas que visem pôr em causa a legitimidade, colocar em causa o processo eleitoral e os seus resultados, à semelhança do que se verificou em anteriores atos eleitorais por parte das forças de extrema-direita golpista", refere-se.

O partido critica em particular a "reação do Governo português, alinhada com a política de ingerência dos Estados Unidos da América (EUA), da União Europeia (UE) e de quantos procuram animar a campanha promovida pela extrema-direita golpista".

"O que se exige do Governo português é uma postura de respeito pela soberania e independência da República Bolivariana da Venezuela e da vontade do povo venezuelano livre e democraticamente expressa nas urnas - a postura que verdadeiramente defende os interesses de Portugal e do povo português, nomeadamente da comunidade portuguesa na Venezuela", refere o partido.

O PCP argumenta que, no passado, houve um "rol de tentativas de golpe de Estado, de sabotagem económica, de operações de desestabilização e violência, de campanhas de desinformação, de boicote, não reconhecimento e tentativa de deslegitimação de atos eleitorais" que foram "promovidos pelos EUA e a extrema-direita golpista venezuelana, com o suporte da UE e de governos e forças políticas portuguesas".

"O PCP insta ao fim das medidas coercivas impostas pelos EUA contra o povo venezuelano, que atingem igualmente a comunidade portuguesa na Venezuela", afirma o partido, referindo-se ao "bloqueio económico e financeiro" ou ao "roubo de milhares de milhões de ativos" da Venezuela pelos Estados Unidos e outros países, "incluindo Portugal".

"O PCP reafirma a solidariedade coma luta do povo venezuelano, com o seu direito a decidir livremente e em paz o seu próprio destino, com a sua aspiração à construção de uma Venezuela de desenvolvimento, de justiça e progresso social, de paz e cooperação com os povos", conclui o partido.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou que o Presidente cessante Nicolás Maduro foi reeleito para um terceiro mandato consecutivo com 51,20% dos votos.

Maduro obteve 5,15 milhões de votos, à frente do candidato da oposição Edmundo Gonzalez Urrutia, que obteve pouco menos de 4,5 milhões (44,2%), de acordo com os números oficiais anunciados pelo presidente do CNE, Elvis Amoroso.

A oposição venezuelana reivindica a vitória nas eleições presidenciais de domingo, com 70% dos votos para o candidato da oposição Edmundo Gonzalez Urrutia obteve 70% dos votos, afirmou a líder opositora María Corina Machado, recusando-se a reconhecer os resultados proclamados pelo CNE.,,

Numa publicação na rede social X (antigo Twitter), o Ministério dos Negócios Estrangeiros português considerou "ser necessária a verificação imparcial dos resultados eleitorais na Venezuela".

"Só a transparência garantirá a legitimidade; apelamos à lisura democrática e ao espírito de diálogo. Acompanhamos sempre a comunidade portuguesa", sublinhou o MNE.

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