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Passos quer transmitir uma mensagem de confiança

07 de julho de 2015 às 17:11

O primeiro-ministro considerou que muitos debates no parlamento parecem um déjà vu, com a “cristalização de muitas opiniões"

O presidente do PSD e primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou esta terça-feira que pretende levar ao debate do "Estado da Nação" desta quarta-feira uma mensagem de confiança na zona euro e na economia portuguesa.

No encerramento das jornadas parlamentares do PSD e do CDS-PP, em Alcochete, no distrito de Setúbal, e perante a presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, Passos Coelho considerou que muitos debates no parlamento parecem "uma espécie dedéjà vu", com a "cristalização de muitas opiniões e de muitos argumentos".

"Pode ser que amanhã [quarta-feira] seja diferente, e que possamos falar da confiança que hoje temos quando olhamos para a zona euro, da confiança que temos quando olhamos para o nosso país, que é como quem diz, quando olhamos para as nossas empresas, para as nossas instituições, para a nossa economia, para os portugueses. E é com essa confiança que nós vamos construir o futuro todos os dias", acrescentou.

No seu discurso, que durou cerca de meia hora, Passos Coelho não falou da situação da Grécia, mas comparou-a indirectamente com a situação portuguesa, ao afirmar que Portugal, "assim como a Irlanda", faz parte do "lote de países" que conseguiram "corrigir os profundos desequilíbrios herdados".

Também sem nomear a Grécia, o primeiro-ministro alegou que Portugal partiu de uma conjuntura pior do que a grega: "De todos os países que enfrentaram situações de profundo desequilíbrio, Portugal era seguramente o que tinha condições mais adversas e mais negativas à sua frente".

Essas condições de partida, acrescentou, eram "elevada dívida pública, elevada dívida privada, uma economia protegida, o hábito de exigir tudo ao Estado e uma cultura democrática ainda incipiente, que não privilegiava a responsabilidade".

O chefe do executivo PSD/CDS-PP assinalou que Portugal concluiu, sem pedir assistência adicional, o seu programa de resgate.

"Encerrámos esse ciclo atingindo, no essencial, os objectivos que eram importantes: temos as nossas finanças públicas numa trajectória de verdadeira consolidação, atingiremos este ano pela primeira vez um défice público inferior a 3% do Produto Interno Bruto (PIB), temos o desemprego numa trajectória continuadamente descendente, temos o emprego a subir também sustentadamente, temos equilíbrio nas nossas contas externas, o que é um feito histórico", defendeu.

Ao mesmo tempo, segundo o primeiro-ministro, a governação dos últimos quatro anos produziu "uma alteração estrutural da economia portuguesa" e deixa concluído "o essencial do que era a ambição reformista para a economia portuguesa".

O presidente do PSD disse, por isso, encarar "com muita serenidade e com muita confiança o trabalho" feito pelo Governo PSD/CDS-PP.

Dirigindo-se para os deputados sociais-democratas e centristas, disse-lhes: "Eu creio que, se soubermos distanciar-nos o suficiente dos pequenos episódios, das pequenas disputas, das ansiedades e excitações de cada dia, de cada semana, hoje podemos olhar para a situação em que estamos e dizer aos portugueses que, no essencial, nós cumprimos com aquilo que era indispensável para o país".

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