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OMS recomenda vacina da Johnson & Johnson mesmo em países com variantes mais contagiosas

17 de março de 2021 às 13:48

A vacina da farmacêutica americana é a primeira aprovada pela OMS que requer apenas uma dose em vez de duas e pode ser armazenada à temperatura dos frigoríficos convencionais.

A vacina contra a covid-19 da Johnson & Johnson é recomendada mesmo em países onde circulam variantes mais contagiosas do vírus, disseram esta quarta-feira peritos da Organização Mundial de Saúde (OMS).

O Grupo Consultivo Estratégico de Peritos em Vacinação (SAGE) da OMS reuniu-se na segunda-feira e divulgou hoje as suas recomendações sobre a utilização da vacina desenvolvida pela farmacêutica americana Johnson & Johnson, que a agência licenciou na sexta-feira.

"Em países onde a propagação das variantes é elevada, e em países onde temos agora informações sobre a utilização desta vacina para controlar a SRA-CoV-2 causada por estas variantes, recomendamos que a utilizem", disse o presidente do grupo de peritos da OMS sobre vacinação, Alejandro Cravioto, numa conferência de imprensa.

O responsável frisou que a vacina, recomendada para pessoas com mais de 18 anos de idade, e "sem limite de idade", é segura.

"Depois de analisarmos os dados, temos uma vacina que está provado ser segura", referiu Alejandro Cravioto.

Em janeiro, a Johnson & Johnson anunciou que a sua vacina é 66% eficaz contra a covid-19.

A vacina da farmacêutica americana é a primeira aprovada pela OMS que requer apenas uma dose em vez de duas e pode ser armazenada à temperatura dos frigoríficos convencionais.

A vacina da Johnson & Johnson está licenciada para utilização de emergência nos Estados Unidos desde o final de fevereiro. Está também aprovada no Canadá desde o início de março e, na União Europeia, desde 11 de março. Antes, a África do Sul começou igualmente a administrá-la.

As vacinas da Pfizer-BioNTech e da AstraZeneca-Oxford requerem duas doses e a vacina da Pfizer só pode ser armazenada a temperaturas ultrafrias, de cerca de - 80 graus Celsius, tornando mais difícil a distribuição em muitos países que podem não ter o equipamento adequado.

Em contraste, o medicamento da Johnson & Johnson pode ser mantido num frigorífico convencional durante três meses a uma temperatura de 2 a 8 graus centígrados e tem um prazo de validade de três anos, a uma temperatura de 20 graus Celsius.

O grupo farmacêutico comprometeu-se a vender a vacina ao preço de custo.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse esperar que o sistema internacional Covax receba 500 milhões de doses da vacina da Johnson & Johnson "o mais depressa possível", enquanto o conselheiro do líder da OMS, Bruce Aylward, acentuou ter a expectativa de receber as primeiras doses em julho "ou mesmo antes".

Segundo o diretor científico da empresa americana, Paul Stoffels, a vacina da Johnson & Johnson "é a primeira vacina estudada em muito grande escala - cerca de 40.000 pessoas - e incluiu as variantes do vírus.

Ao contrário dos medicamentos da Pfizer e Moderna, que utilizam a técnica inovadora do RNA mensageiro, a vacina da Johnson é uma vacina composta por um vetor viral, baseado em adenovírus que foi modificado, de forma a conter o gene responsável pela produção da proteína 'spike', uma proteína que o vírus SARS-CoV-2 utiliza para infetar células, processo também utilizado nas vacinas da AstraZeneca e Sputnik.

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