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Número de utentes sem médico de família agrava-se em 2021 e atinge os 900 mil

19 de maio de 2021 às 10:32

"A situação agravou-se em abril porque se continuam a verificar -- e eram previstas -- aposentações. Só este ano aconteceram mais de 100, mas, por outro lado, temos também mais 59 mil inscritos nos cuidados de saúde primários só neste quadrimestre", justificou Marta Temido.

O número de utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) sem médico de família aumentou em 2021 e atinge já os 900 mil cidadãos, reconheceu esta quarta-feira a ministra da Saúde, numa audição regimental na Assembleia da República.

"Relativamente ao problema da cobertura de médicos de família, de facto, em abril a cobertura de utentes inscritos com médico de família situava-se nos 91%, correspondendo a cerca de 900 mil utentes sem médico de família", começou por dizer Marta Temido aos deputados da Comissão de Saúde, no parlamento.

A governante avançou com a explicação para o agravamento da situação, sem esconder que é um tema em que o executivo tem de "trabalhar para inverter a tendência".

"A situação agravou-se em abril porque se continuam a verificar -- e eram previstas -- aposentações. Só este ano aconteceram mais de 100 aposentações de especialistas de medicina geral e familiar, mas, por outro lado, temos também mais 59 mil inscritos nos cuidados de saúde primários só neste quadrimestre. Muitos utentes cuja inscrição estava inativa, porque não eram utilizadores e reativaram a sua inscrição com a procura de cuidados de saúde e de vacinação", justificou.

Marta Temido salientou ainda, em relação aos cuidados de saúde primários (CSP), que até ao final de junho serão colocados "recém-especialistas em medicina geral e familiar que se apresentaram a exame em abril e que são indispensáveis para melhorar a cobertura" das equipas de saúde, nas quais garantiu também estar em curso a contratação de enfermeiros.

Em sentido inverso, a ministra da Saúde aproveitou para apresentar a recuperação com "números muito significativos" dos CSP em termos de consultas nos primeiros quatro meses deste ano, nomeadamente o crescimento de 24% das consultas médicas, 51% das consultas de enfermagem e 26% de consultas de outros técnicos de saúde face ao mesmo período de 2020.

Segundo a ministra, registou-se ainda uma "recuperação da atividade de rastreio", com um "aumento da cobertura geográfica das unidades funcionais".

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