Secções
Entrar

Mário Centeno respondeu à advertência de Jeroen Dijsselboem

25 de maio de 2016 às 08:36

Ministro das Finanças diz não estar preocupado com as possíveis sanções a Portugal devido ao défice

O ministro das Finanças assegurou que não ficou "de todo" preocupado com as declarações do presidente do Eurogrupo sobre a "possibilidade séria" de sanções a Portugal devido ao défice, apontando que o Governo "sabe exactamente o que fazer".

No final de uma reunião dos ministros das Finanças da zona euro, em Bruxelas, Mário Centeno, questionado sobre as declarações de Jeroen Dijsselbloem à entrada para o encontro - que teve início na terça-feira à tarde e se prolongou até à madrugada de hoje -, sublinhou que "o que neste momento é necessário é ter confiança na execução orçamental, na capacidade que o pais tem que ter de mostrar que consegue continuar nesse rumo e crescer".

"(Preocupado?) Não, de todo, o que o presidente do Eurogrupo fez foi simplesmente referir que há um conjunto de procedimentos europeus que é necessário analisar, cumprir, e nós sabemos exactamente do que é que isso se trata (...) O Governo sabe exactamente o que fazer para manter o país numa trajectória de consolidação das suas contas públicas", declarou.

À entrada para a reunião, Dijsselbloem afirmara que a aplicação de sanções a Portugal por défice excessivo é uma "possibilidade séria devido à situação actual do país".

"As sanções são absolutamente uma possibilidade, estão nas nossas regras e regulamentos, e quando olhamos para a situação actual em Portugal e Espanha há razões sérias para considerar a sua aplicação", declarou o presidente do Eurogrupo, lembrando que manter as contas públicas em ordem é uma "tarefa difícil".

Centeno apontou que o crescimento da economia portuguesa "parou no final do ano passado", admitiu que "os números do primeiro trimestre mostram que é necessário fazer mais", e insistiu que "é nesse trajeto que o Governo se propõe manter e executar o seu orçamento de Estado", tendo também já começado a implementar o programa nacional de reformas.

Questionado sobre se a capitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) não poderá dificultar a missão de reduzir o défice para valores abaixo dos 3% do PIB, o ministro sustentou que "a capitalização não tem impacto direto no défice", dado tratar-se de "uma operação financeira", preferindo sublinhar a importância da mesma para a saúde do sistema financeiro português e a sua capacidade de financiar a economia.

"A preocupação do Governo no aspecto financeiro é que nós possamos ter a estabilização que todos desejamos para que o sistema financeiro possa ser de facto um contributo para o crescimento do país. É nessa perspetiva que se enquadra qualquer decisão que venha a ser tomada, em conjugação sempre com as autoridades europeias, de capitalização da CGD".

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela