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Junta lisboeta da Penha de França repõe cadeiras e mesas na Praça Paiva Couceiro

Lusa 03 de outubro de 2023 às 17:38

Instalação surge depois de um protesto cívico que exigiu a reposição do mobiliário urbano retirado em 2020 devido à pandemia de covid-19.

A Junta de Freguesia da Penha de França, em Lisboa, voltou a colocar as cadeiras e mesas em falta há três anos na Praça Paiva Couceiro, após um protesto cívico que exigiu a reposição do mobiliário urbano.

Pedro Catarino

Em 13 de setembro, um grupo de residentes na freguesia da Penha de França decidiu sentar-se na praça levando as 32 cadeiras em falta desde 2020, altura em que, a propósito da pandemia de covid-19, a Junta de Freguesia da Penha de França retirou os 12 módulos (mesa e quatro cadeiras cada) que ali existiam (tendo reposto quatro deles em 2021).

Nesse mesmo dia, uma equipa da junta de freguesia fez-se acompanhar ao local pela Polícia de Segurança Pública (PSP), que ordenou a retirada, por falta de "autorização", confiscou o material e identificou uma residente, em nome do coletivo.

Mantendo o objetivo de reclamar o "direito ao sentar" na Praça Paiva Couceiro, o grupo anunciou que iria repetir o protesto no dia 22 de setembro, mas foi surpreendido, no dia anterior, com a reposição do mobiliário urbano em falta, disse à Lusa Marta Gaspar, uma das residentes que organizou os protestos.

À Lusa, a Junta de Freguesia da Penha de França confirmou a reposição das mesas e cadeiras, mas escusou-se a confirmar se ocorreu no dia 21.

Perante a reposição, o grupo em protesto decidiu manter "o convívio" agendado para dia 22 e assim assinalar que a Praça Paiva Couceiro "é apenas um exemplo de algo muito maior, que é o espaço público".

Recordando que a Junta de Freguesia da Penha de França alimentou "três anos de desculpas", Marta Gaspar destacou que "cada vez se usam menos as praças e cada vez há menos bancos e os que há não são confortáveis e foram desenhados para não se estar muito tempo, numa arquitetura hostil".

Contactada pela Lusa a seguir ao primeiro protesto, a Junta de Freguesia da Penha de França disse que o pedido "para a colocação imediata de mais mesas e cadeiras" na Praça Paiva Couceiro, feito em dezembro de 2021, ainda aguardava uma resposta da Câmara Municipal de Lisboa (CML).

Questionada pela Lusa, a autarquia da capital desmentiu a informação, referindo que, em 28 de dezembro de 2021, emitiu "um parecer negativo [...] à colocação do mobiliário urbano na zona verde pretendida", ao mesmo tempo que realçou que a junta de freguesia podia "voltar a colocar o mobiliário urbano na zona artificial, como estava antes de ser retirado".

Na mesma resposta, a CML (governada pela coligação Novos Tempos, que agrega PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) adiantou que, segundo informação fornecida pela Junta de Freguesia da Penha de França (liderada pelo PS), o mobiliário em falta seria recolocado, "idêntico ao existente, mas amovível, de modo a poder dar resposta a uma maior versatilidade na utilização da Praça Paiva Couceiro, até ser encontrada uma solução definitiva".

Hoje, a Junta de Freguesia da Penha de França disse, em resposta à Lusa, que continua "a aguardar pelo prometido teatro por parte da Câmara de Lisboa" para a Praça Paiva Couceiro, onde quer instalar a "sala de espetáculos da Penha de França", justificando que é "o único espaço central que funciona como palco plural ao ar livre na freguesia".

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