Industria aeroespacial portuguesa procura oportunidade no México

"É uma óptima oportunidade", assegura João Vasconcelos, num comunicado divulgado. "As empresas portuguesas que operam no sector aeroespacial têm provas dadas internacionalmente. O desafio que se coloca a este sector no México representa uma óptima oportunidade para as empresas portuguesas", sublinha o secretário de Estado da Indústria. "As empresas e tecnologia de Portugal são reconhecidas, e desejadas, no nosso país. Haverá em Querétaro e noutras regiões do México muitas oportunidades de negócio para elas", assegurou, por seu turno, Alfredo Pérez Bravo, embaixador do México em Portugal.

Actualmente, o México é o quarto destino mundial do investimento industrial do sector aeroespacial. O governo mexicano tem os olhos postos em 2020: criar 110 mil postos de trabalho e alcançar uma facturação 12 mil milhões de dólares.

"O que esta missão do Portugal Connect vai oferecer é um acesso directo às unidades dos maiores fabricantes mundiais do sector aeroespacial instaladas no México", destaca Pedro Nuno Neto, coordenador do Portugal Connect, projecto de promoção das empresas tecnológicas portuguesas no México, salientando que "essas unidades necessitam de sustentar a sua produção com a oferta de soluções tecnológicas de grande valor e as empresas portuguesas do sector aeronáutico e espacial são das mais competitivas que há no mundo e têm tudo para conseguir entrar nessa fantástica cadeia de valor".

A CCILM aponta os negócios iniciados por tecnológicas portuguesas nos últimos anos no México para justificar esta aposta no sector aeroespacial daquele país, que se "transformou nos últimos anos numa das maiores potências económicas emergentes no mundo globalizado" e que está a apostar "fortemente no comércio internacional" e na "atracção de investimento estrangeiro para desenvolver grandes clusters".

O mesmo se aplica no que toca à industria aeronáutica. "A tecnologia portuguesa está muito cotada no México e, por isso, as empresas do nosso país podem aproveitar as oportunidades emergentes desta indústria em grande expansão", afirma Pedro Nuno Neto, coordenador do Portugal Connect, projecto de promoção das empresas tecnológicas portuguesas no México liderado pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Mexicana (CCILM).

De acordo com a CCILM, a primeira reunião das empresas portuguesas que vão participar no Aerospace Summit México, que decorrerá na cidade de Querétaro, está agendada para 1 de Junho na sede do banco Santander Totta, em Lisboa.

Neste encontro estarão presentes, para além do presidente daquela câmara de comércio, Miguel Gomes da Costa, representantes da Agência para o Investimento e Comércio e Externo de Portugal (AICEP) e das duas associações das indústrias aeronáutica e espacial portuguesas, PEMAS (Associação Portuguesa da Industria Aeronáutica) e Proespaço (Associação Portuguesa das Indústrias do Espaço), respectivamente.

"Em cima da mesa vão estar as verbas europeias do Portugal 2020 que a AICEP gere e que são utilizadas nestas operações de conquista de novos mercados para a indústria portuguesa", adianta a CCILM em comunicado.

Segundo esta câmara de comércio, "devido à competitividade dos custos cada vez mais empresas dos EUA e do Canadá se têm instalado em território mexicano, estabelecendo sinergias com as indústrias automóvel e electrónica que este país tem atraído".

Neste contexto, três empresas portuguesas -- Controlar, Neológica e YAP - que há vários anos desenvolvem outros negócios México têm já presença confirmada no Aerospace Summit, onde se propõem "aproveitar as oportunidades" que surjam "para tentar encontrar novos clientes ou parceiros no cluster aeroespacial mexicano".

Especializado em sistemas de testes electrónicos para a indústria automóvel, o grupo Controlar inaugurou este ano no México o seu centro de recepção de exportações através do Portugal Connect, enquanto a empresa de moldes Neológica fornece há já 17 anos a indústria automóvel mexicana e o grupo YAP monta desde 2007 no México os auto-rádios que equipam 20% dos carros da Volkswagem em todo o mundo.

Em declarações à agência Lusa, o presidente executivo do grupo de Oliveira de Azeméis YAP, cuja facturação na área automóvel superou os 10 milhões de euros em 2015, descreve o México como "um mercado muito relevante, que está em franco crescimento e tem bastante potencial quer na área automóvel, quer aeronáutica, quer de LCD".

"Escolhemos o México pela qualidade da mão-de-obra e porque o sector automóvel é lá um cluster muito importante. Terminou o ano passado com uma produção acima dos quatro milhões de veículos e a previsão é que dentro de pouco tempo o país se torne o quarto maior produtor mundial do sector", afirmou Nuno Simões.

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