Incêndios: casal de idosos morre em carro que ficou carbonizado
Casal despistou-se na aldeia de Penabeice, no concelho de Murça. A GNR já iniciou uma investigação para determinar as causas do acidente.
O casal de idosos que foi esta segunda-feira encontrado morto num carro carbonizado, na aldeia de Penabeice, no concelho de Murça, sofreu "um despiste seguido de capotamento", disse a Proteção Civil, remetendo mais explicações para a investigação em curso.
"O que sabemos é que foi um acidente rodoviário, portanto, um despiste seguido de capotamento. Neste momento, a GNR está no local a fazer a recolha e a apurar as circunstâncias factuais em que o acidente se deu", afirmou o comandante da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), André Fernandes, no 'briefing' desta noite realizado na sede da ANEPC, em Carnaxide, Oeiras.
Questionado sobre mais informações relativas à morte das duas pessoas, o responsável reiterou que a GNR está no terreno e sublinhou que os meios operacionais foram disponibilizados para o incêndio de Murça, no distrito de Vila Real.
"Lamentamos essas duas vítimas. É uma zona onde o incêndio se estava a desenvolver, mas estão todos os meios operacionais no terreno, nomeadamente a GNR a fazer essa validação para termos a certeza das circunstâncias em que o acidente se deu", frisou, acrescentando: "Estão a fazer neste momento essa investigação. Quando houver dados, serão públicos".
André Fernandes incluiu estes dois mortos no balanço das vítimas mortais registadas no âmbito dos incêndios desde 07 de julho, elevando o total para três, depois da morte de um piloto na sexta-feira, após a queda da aeronave em que seguia numa vinha em Castelo Melhor, concelho de Foz Coa, distrito da Guarda, quando combatia um incêndio em Torre de Moncorvo (distrito de Bragança).
Até às 20h00 desta segunda-feira, André Fernandes destacou o registo de 79 incêndios, sendo que 11 se mantêm ativos, envolvendo 1.064 operacionais, 320 meios terrestres e 16 meios aéreos. Já em termos de ocorrências significativas, o comandante destacou a existência de seis situações a gerarem preocupação distribuídas pelos distritos de Vila Real (três), Porto (duas) e Guarda (uma), com 1.030 operacionais, 312 meios terrestres e 15 meios aéreos.
"Do ponto de vista das ocorrências significativas que já foram consolidadas, mantemos 19 ainda em fase de vigilância ativa. No total há 812 operacionais envolvidos nestas ações, acompanhados por 229 veículos e 2 meios aéreos", referiu, sem deixar de sinalizar a sua preocupação com a evolução no norte do país, com destaque para o incêndio de Murça, reforçado com 872 operacionais e um módulo de apoio logístico do exército.
"Foram mobilizados 21 grupos de reforço, envolvendo o reforço direto de 735 bombeiros, 12 máquinas de rasto, dois grupos de combate da força especial de proteção civil -- envolvendo uma equipa de análise e uso do fogo, assim como a componente com drones para analisar a situação -, duas companhias da GNR, um grupo de bombeiros sapadores florestais e também operacionais do INEM e da Cruz Vermelha Portuguesa", observou.
No entanto, o comandante manifestou esperança de que a noite permita um avanço dos operacionais no combate às chamas, sobretudo em Murça, Vila Pouca de Aguiar e Guarda.
"Vamos aproveitar a janela meteorológica da noite. É expectável que com a humidade relativa a subir, as equipas no terreno -- e é esta a estratégia - consigam estabilizar ao máximo estes três incêndios. Claro que queremos dar como dominados, porque são incêndios com uma grande complexidade e uma grande área afetada, mas que o dia de amanhã [terça-feira] possa ser mais calmo", continuou, confirmando não haver ainda registo de bombeiros feridos neste local.
Já sobre a evacuação de aldeias, André Fernandes assumiu que há "aldeias que estão na linha de fogo", mas que as autoridades estão a avaliar no terreno a eventual necessidade de evacuações preventivas ou de confinamento, reforçando: "Os meios estão no terreno e estão a ser implementadas essas medidas de antecipação operacional para evitar que haja danos nos aglomerados habitacionais e garantir ao máximo a salvaguarda da vida das pessoas".
Portugal continental passou hoje para situação de alerta, o nível de resposta mais baixo previsto na Lei de Bases da Proteção Civil, depois de ter estado durante sete dias em situação de contingência (nível intermédio entre alerta e calamidade) devido ao risco extremo de incêndio rural e elevadas temperaturas.
A situação de alerta prolonga-se até às 23h59 de terça-feira, dia em que voltará a ser reavaliada a situação.
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