Secções
Entrar

Greve dos médicos ronda os 70% de adesão

Lusa 23 de julho de 2024 às 13:56

A Fnam iniciou uma greve geral de dois dias, bem como uma paralisação ao trabalho suplementar nos cuidados de saúde primários até 31 de agosto, acusando a tutela de "intransigência e inflexibilidade".

A adesão à greve dos médicos que teve início hoje e se prolonga até quarta-feira ronda os 70% com cirurgias e consultas canceladas em várias regiões do país, disse a presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fnam).

iStockphoto

"O panorama geral é de mais ou menos 70% [até às 12:00 de hoje]. Há sítios com mais adesão e sítios com menos, mas ainda nos faltam alguns dados (...). É uma adesão bastante forte, o que é significativo tendo em conta a revolta que os médicos sentem", disse Joana Bordalo e Sá à agência Lusa.

A agência Lusa contactou o Ministério da Saúde tutelado por Ana Paula Martins que para já não quis reagir.

A Fnam iniciou hoje uma greve geral de dois dias, bem como uma paralisação ao trabalho suplementar nos cuidados de saúde primários até 31 de agosto, acusando a tutela de "intransigência e inflexibilidade".

Garantindo que os serviços mínimos estão a ser cumpridos e salvaguardando que ainda aguarda dados do Algarve, Ilhas, Alentejo, Vila Real, entre outras regiões, Joana Bordalo e Sá voltou a acusar o Ministério da Saúde de ser o responsável pela greve.

"Não queremos entrar na guerra dos números. O que é realmente importante e aquilo que o Ministério da Saúde devia refletir é que cada consulta ou cirurgia adiada causa um transtorno na vida dos doentes. O responsável é o Ministério da Saúde que nada faz para garantir mais médicos no SNS", disse a presidente da Fnam.

De acordo com os dados já apurados, na região Centro, a adesão ronda os 80% nos cuidados de saúde primários, enquanto nos Hospitais Universitários de Coimbra, a Neuropediatria e a Anestesia fechou a 100%.

No Hospital dos Covões, também em Coimbra, a Medicina Interna regista uma adesão de cerca de 90%.

A Norte, o bloco operatório do Hospital Padre Américo, em Penafiel, "só tem uma sala a funcionar", disse a dirigente sindical.

No Hospital de São João, no Porto, "o bloco central parou a 100% de manhã, o bloco da neurocirurgia parou em 75% e a obstetrícia a 66%".

Em Viana do Castelo, o bloco central do hospital "também parou a 100% e só funcionou para cirurgias urgentes".

Segundo a Fnam, no Hospital de Braga foram fechadas nove salas em 11, o que corresponde a 82% de adesão à greve neste departamento.

Enquanto no IPO do Porto "só se estão a realizar cirurgias classificadas como urgentes".

No Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, a adesão no serviço de Medicina Interna é de 50%.

Mais a sul, o bloco geral do Hospital dos Capuchos, em Lisboa, regista 60% de adesão.

Entre as reivindicações da Fnam está a reposição do período normal de trabalho semanal de 35 horas e a atualização da grelha salarial, a integração dos médicos internos na categoria de ingresso na carreira médica e a reposição dos 25 dias úteis de férias por ano e de cinco dias suplementares de férias se gozadas fora da época alta.

A Fnam tem hoje concentrações agendadas no Porto, junto ao Hospital São João, em Coimbra, no Hospital Geral dos Covões, e em Lisboa, em frente ao Hospital de Santa Maria.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela