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Exército não dá data para conclusão do processo dos Comandos

18 de outubro de 2016 às 17:01

Sem detalhar uma data, o Exército acredita que a "muito curto prazo" vai estar concluído o processo interno de averiguações às causas da morte dos dois recrutas do curso de Comandos

O chefe do Estado-Maior do Exército, o General Rovisco Pais, prometeu corrigir aquilo que for apontado como erro - no entanto, não há data concreta para a conclusão do processo dos Comandos. 

Ao início da tarde, no final de uma visita dos deputados da comissão parlamentar de Defesa Nacional ao regimento de Comandos, em Carregueira, o Exército garantiu apenas que vai estar concluído o processo interno de averiguações estará concluído dentro de um "muito curto prazo".

"Temos a certeza que os portugueses vão acreditar e confiar nos Comandos. Eu estou seguro, o Exército é uma instituição credível que se rege pelos padrões institucionais. Neste caso concreto são situações anómalas, vamos corrigir o que tiver de ser corrigido e com certeza os portugueses perceberão", afirmou.

Questionado se tinha conhecimento de alegadas situações de privação de água, de sono e mesmo de agressões na instrução do curso de Comandos, Rovisco Duarte respondeu que "não admite nem deixa de admitir", frisando que é preciso aguardar pelos relatórios do processo de averiguações interno e que só depois agirá "em conformidade".

"O Exército é uma instituição fortemente hierarquizada. Há responsabilidades de comando aos diferentes níveis. Os processos de averiguação estão a decorrer, vamos esperar que nos próximos tempos, no muito curto prazo estejam concluir e iremos agir em conformidade", disse.

Já o presidente da Comissão de Defesa, Marco António Costa, manifestou o apoio e a solidariedade dos deputados para com o Exército e em especial para o Regimento de Comandos. "Nós não temos uma missão de inquérito, temos uma missão de fiscalização. Nesse âmbito aguardaremos pelas conclusões dos inquéritos e averiguações para seguidamente determinarmos todas as acções que entendermos necessárias", afirmou.

O deputado frisou que a comissão parlamentar "está atenta" às iniciativas que foram tomadas pelas várias entidades na sequência da morte dos dois militares. "Julgo que foram tomadas as medidas necessárias para salvaguardar que a continuidade do curso não colocaria em causa a integridade das pessoas. Há sempre um risco", disse, afirmando que "há um ambiente de risco mas que são minorados em função das avaliações" que decorrem pelas "entidades competentes". "Queremos acreditar que o futuro dos Comandos não está em causa", concluiu.

Dois militares morreram na sequência do treino do 127.º Curso de Comandos na região de Alcochete, no distrito de Setúbal, que decorreu no dia 04 de Setembro, e vários outros receberam assistência hospitalar. As mortes estão a ser investigadas pelo Ministério Público e pela Polícia Judiciária Militar.

O Exército abriu um processo de averiguações interno cujas conclusões determinarão a eventual abertura de processos disciplinares. Para além deste inquérito, decorre uma inspecção técnica extraordinária que incide sobre os referenciais do curso e o processo de selecção.

Até estar concluída essa inspecção, está suspensa a realização de mais cursos. No entanto, o 127.º curso retomou as suas actividades e decorre normalmente.

Em comunicado no passado dia 26 de Setembro, o Exército referiu que "não tendo sido constituído como arguido qualquer militar, não existe fundamento para a suspensão de funções de qualquer dos elementos que integram as equipas de instrutores do 127.º Curso de Comandos".

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