Secções
Entrar

Covid-19: 159 personalidades pedem a Marcelo e Costa reabertura controlada da economia

13 de abril de 2020 às 10:32

Profissionais de saúde, empresários e gestores defende o uso generalizado de máscaras e das novas tecnologias para controlar uma nova vaga de infeções porque "que não é possível suspender a atividade económica até que não exista qualquer risco de contágio".

Profissionais de saúde, empresários e gestores apelam ao regresso controlado do funcionamento da economia e propõem uma série de medidas como o uso generalizado de máscaras e das novas tecnologias para controlar uma nova vaga de infeções porcovid-19.

Numa carta enviada ao Presidente da República, ao presidente da Assembleia da República e ao primeiro-ministro, um conjunto de profissionais de saúde, de gestores e empresários, entre eles os presidentes da Altice, da Vodafone e da Nós, assim como gestores ligados à indústria, à cultura e ao turismo, recordam que é fundamental criar uma alternativa "a novos períodos de lockdown - que se apresentam como um modelo cego e com impacto na economia de um país".

Na carta, que pode ler na íntegra aqui, dão como exemplo o Japão, Singapura e a Coreia do Sul para afirmar que é possível, com medidas de contenção muito rigorosas, manter a economia e funcionamento sem lockdown e, ao mesmo tempo, conter a propagação do vírus".

"Acreditamos que não é possível suspender a atividade económica até que não exista qualquer risco de contágio. O nosso modelo de sociedade não suportaria uma espera tão prolongada. Mas também consideramos que seria uma atrevida inconsciência retomar a atividade sem adotar cuidados adicionais que garantam que não teremos um ressurgimento a curto e médio prazo", escrevem.

Como medidas adicionais sugerem o uso obrigatório de máscaras por parte de toda a população para reduzir a transmissão do vírus e que, em caso de escassez de material, estas sejam confecionadas em casa seguindo as instruções do Conselho de Escolas Médicas Portuguesas e de entidades internacionais como o Centro de Controlo de Prevenção de Doenças dos Estados Unidos.

O diagnóstico precoce de covid-19, testando todos os suspeitos num prazo de 24 horas desde a manifestação de sintomas, a massificação da utilização dos testes serológicos na população portuguesa, e a utilização, com supervisão da comissão de proteção de dados, de informação cedida pelos operadores de redes móveis para identificar cidadãos eventualmente expostos a risco de contágio par serem informados via sms ou contacto telefónico são outras das medidas defendidas.

Este grupo de personalidades defende o uso de equipamento de proteção individual em todos os profissionais de saúde, tanto em áreas covid-19 como não covid-19 para evitar contágio por doentes que não se enquadrem inicialmente na definição de caso suspeito e a capacitação de grupos específicos em empresas, escolas e comunidades para identificação de casos suspeitos na comunicado.

Defendem que sejam mantidas todas as medidas de distanciamento "que não tenham impacto económico, como o regime de teletrabalho sempre que possível", assim como a ponderação individual do aliviar de cada medida de contenção.

Criar estrutura de Laboratórios e Médicos sentinela para identificação de transmissão do vírus SARS-CoV-2, responsável pela pandemia de covid-19, assim como a definição dos necessários investimentos adicionais a efetuar no Serviço Nacional de Saúde, "de forma a estar preparado para todos os cenários", são outras das propostas.

"Conforme o alerta da Ordem dos Médicos, temos hoje a consciência clara de que milhares de utentes evitam o SNS, por receio de potencial contágio. Este facto leva a que patologias mais frequentes e igualmente fatais estejam a ser diagnosticadas tardiamente, com consequente aumento da morbilidade e mortalidade", recordam.

Defendem ainda que "Portugal precisa de, tão rápido quanto possível, reinventar e ajustar rotinas tendentes ao regresso a uma certa normalidade reinventada" para que a economia possa "iniciar uma recuperação acelerada".

Portugal, em estado de emergência até 17 de abril e onde o primeiro caso foi confirmado em 02 de março, está na terceira e mais grave fase de resposta à doença (Fase de Mitigação), ativada quando há transmissão local, em ambiente fechado, e/ou transmissão comunitária.

Os mais recentes dados oficiais dão conta de 504 mortos e 16.585 casos de infeção confirmados em Portugal.

Em todo o mundo, o novo coronavírus já provocou mais de 112 mil mortos e infetou mais de 1,8 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Dos casos de infeção, quase 375 mil são considerados curados.

SO // SB

Lusa/Fim

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela