Coreia do Norte pede a Japão para reconhecer as suas escravas sexuais
O Governo sul-coreano pediu ao Executivo japonês uma compensação para as vítimas da escravatura sexual na II Guerra Mundial
O regime de Kim Jong-un pediu hoje ao Japão que reconheça a existência de escravas sexuais norte-coreanas durante a II Guerra Mundial, depois de Tóquio e Seul se terem comprometido a dialogar sobre este tema.
Numa cimeira na segunda-feira, a Presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, e o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, comprometeram-se a tratar deste conflito histórico.
Hoje, Pyongyang instou o Governo nipónico a "admitir" a sua responsabilidade pelos "crimes terríveis" cometidos entre 1910 e 1945 também no norte da península da Coreia.
Num comunicado publicado hoje pela agência estatal de noticias KCNA, a Coreia do Norte pediu que as vítimas deste país sejam reconhecidas agora pelo Japão.
Na segunda-feira passada, Park e Abe, que se reuniram pela primeira vez desde que chegaram ao poder no final de 2012, comprometeram-se em Seul a melhorar as suas relações bilaterais.
O Governo sul-coreano pediu ao Executivo japonês uma compensação para as vítimas da escravatura sexual, enquanto Tóquio mantém que já reconheceu o dano causado no tratado de normalização de relações celebrado em 1965.
As relações entre Seul e Tóquio ficaram marcadas nos últimos anos por constantes atritos, principalmente por diferenças históricas que têm a sua raiz na ocupação japonesa da Coreia (1910-1945).
Um dos assuntos controversos é a utilização de mulheres coreanas como escravas sexuais pelo exército japonês, antes e durante a II Guerra Mundial.
"Acordámos impulsionar o diálogo sobre este assunto para eliminar obstáculos [nas relações bilaterais] no futuro", disse o responsável japonês, em declarações citadas pela agência local Yonhap, na segunda-feira.
Por sua vez, Park Geun-hye afirmou que o tema das escravas sexuais é "o maior obstáculo" nas relações bilaterais, e que espera que a sua reunião com Abe seja um primeiro passo para resolver as disputas no ano em que se cumprem cinco décadas sobre a normalização das relações diplomáticas entre os dois países.
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