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Ciência tenta evitar extinção do rinoceronte branco do norte

28 de junho de 2019 às 22:32

Sudan, o último macho, morreu em março do ano passado, não sem que antes tivesse sido colhido esperma, que foi conservado.

Evitar a extinção do rinoceronte branco do norte, espécie da qual restam apenas duas fêmeas no Quénia, passa pela combinação de tecnologia reprodutiva e uso de células estaminais, segundo um projeto do Instituto Leibniz, da Alemanha.

Trata-se de um projeto pioneiro patrocinado pelo Ministério Federal da Educação e Investigação da Alemanha, que usa métodos e técnicas conhecidas e que tem como objetivo garantir a sobrevivência da espécie, cujo último macho morreu em março do ano passado, não sem que antes tivesse sido colhido esperma, que foi conservado.

Os cientistas usaram a fertilização "in vitro" e transferiram com sucesso o primeiro embrião, uma "operação" que aconteceu no mês passado mas que só agora foi conhecida. No entanto o recetor teve de ser uma rinoceronte branco do sul, uma fêmea da mesma "família" já que as duas ainda vivas já não estão em idade de procriar.

A experiência permite por outro lado explorar a possibilidade de no futuro se recuperar toda a variedade genética do rinoceronte branco do norte a partir de células da pele da espécie.

"Temos dois objetivos. Um é a medicina reprodutiva, o processo de criação de um embrião em laboratório e em seguida produzir uma gravidez por transferência de embriões", disse hoje Steven Seet, responsável da direção de projetos do Instituto Leibnitz de Zoologia.

O outro objetivo implica a colaboração de especialistas em células-tronco para cultivar células germinativas, como espermatozoides ou óvulos, derivadas de células da pele ou outras amostras de tecido.

Seet, em declarações à Agência de Notícias Efe, disse que se trata para já de uma possibilidade futura que precisa de mais investigação.

As abordagens tradicionais para estabelecer uma população de rinocerontes brancos do norte autossuficientes não tiveram sucesso nas últimas duas décadas e desde o ano 2000 que não nasceu mais nenhum, recordou também à Efe Jan Kirsten, colaborador do projeto.

Mas a transferência bem-sucedida de um embrião para o útero, feita pela equipa de especialistas da Alemanha, Itália, República Checa, Japão e Estados Unidos foi considerada "um marco importante".

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