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BE vai "recorrer a todos os meios" para travar venda da TAP

12 de junho de 2015 às 12:39

A deputada Mariana Mortágua referiu que a pressa para vender a transportadora "era tanta que o Governo nem dormiu sobre o assunto"

A deputada do BE Mariana Mortágua prometeu hoje que o partido irá "recorrer a todos os meios, incluindo os judiciais, para travar uma doação" da TAP a privados decidida pelo Governo numa "noitada".

 

Num debate de actualidade requerido pelos bloquistas, no parlamento, o secretário de Estado das Infra-estruturas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro, defendeu que a necessidade de "encontrar capital privado para a TAP é uma realidade de há 15 anos", congratulando-se com o "ADN e perfil reformista" do actual executivo.

 

"O activo mais importante, a preservação do 'hub' [centro de operações] em Portugal, que significa muito emprego em Portugal, está assegurado, pelo menos, por 30 anos. O crescimento da empresa e presença em Portugal estão assegurados por muitas décadas", assegurou o governante.

 

Sérgio Monteiro instou ainda o maior partido da oposição, o PS, a "clarificar se está em condições de assegurar que a boa reputação de Portugal perante investidores portugueses e internacionais, pois, em caso contrário, "os portugueses sabem a quem pedir contas", referindo-se à intenção socialista de fazer reverter a privatização.

 

"Entre o momento em que as propostas foram recebidas, a TAP teve três dias para proceder à sua análise e a Parpública cinco para elaborar um parecer. Para a apoteose ser total, o Governo fez sair notícias a dar conta da noitada que os ministros fizeram para escolher o candidato vencedor", tinha acusado Mariana Mortágua.

 

Para a parlamentar do BE, "a pressa era tanta que o Governo nem dormiu sobre o assunto", elogiando, ironicamente a "coragem para despachar a maior exportadora nacional por tuta e meia".

 

O Governo anunciou na véspera a venda do grupo TAP, dono da transportadora aérea nacional, ao consórcio Gateway, do empresário norte-americano e brasileiro David Neeleman e do empresário português Humberto Pedrosa, rejeitando pela segunda vez a proposta de Germán Efromovich.

 

De acordo com os responsáveis do executivo, a proposta escolhida era a melhor no que respeita à contribuição para o reforço da capacidade económico-financeira do grupo TAP, ao projecto estratégico e ao valor global apresentado para a aquisição de acções, critérios de avaliação previstos no caderno de encargos.

 

Aos jornalistas, Sérgio Monteiro adiantou que a proposta vencedora prevê uma oferta pública de acções em bolsa, que terá benefícios para o Estado se realizada até quatro anos após a venda da primeira fase, de 66% do capital.

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