BE questiona Centeno, mas continua do seu lado
O sistema financeiro (com Banif, Novo Banco), disse Catarina Martins no debate ao programa do Governo, "continua a ser um risco para o País"
O Bloco de Esquerda (BE) questionou hoje o ministro das Finanças, Mário Centeno, sobre o sistema financeiro e o seu risco para Portugal, mas advertiu a direita para não ver nestas perguntas uma "ambiguidade" face ao acordo estabelecido com o PS.
"Escusa a direita de querer ver nesta afirmação qualquer ambiguidade do BE face ao compromisso que assumimos com o PS e com todo o País", advertiu a porta-voz do Bloco, Catarina Martins, numa intervenção no parlamento no segundo dia de debate do programa do XXI Governo constitucional.
O sistema financeiro, sustentou a deputada bloquista, "continua a ser um risco para o País", e "quando se sabe das dificuldades do Banif e do Novo Banco a prioridade tem de ser mesmo não repetir os erros do passado".
Nesse sentido, advogou Catarina Martins, o executivo "não pode esconder-se no Banco de Portugal, nem o Banco de Portugal [pode] continuar a apresentar pela calada facturas cada vez mais pesadas aos contribuintes portugueses".
O Bloco exigirá "com a mesma determinação" um governo capaz de travar o empobrecimento mas também disponível para uma "clara prestação de contas sobre o sistema financeiro e a defesa intransigente dos interesses do Estado e do erário público face a uma banca e a um regulador que falharam vezes demais".
E acrescentou: "O BE não faltou, nem faltará, a nenhum compromisso com a recuperação de rendimentos do trabalho e a defesa do Estado social. E esse é um trabalho para a legislatura".
Catarina Martins acusou ainda a direita de "fraude eleitoral" na última campanha eleitoral, referindo-se à bloquista à "sobretaxa [de IRS] que afinal não é devolvida", à "economia estagnada" ou ao "falhanço da meta do défice".
A intervenção da porta-voz do BE foi a primeira no dia em que a Assembleia da República conclui a discussão do Programa do XXI Governo Constitucional, que terminará com o 'chumbo' pelas bancadas da esquerda da anunciada moção de rejeição a ser apresentada pelo PSD e pelo CDS-PP.
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