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Alemanha avisa Lukashenko que tem de aceitar a realidade

26 de agosto de 2020 às 10:59

"O senhor Lukashenko não terá escolha a não ser reconhecer a realidade das ruas do seu país", expressou o ministro dos negócios estrangeiros alemão.

O ministro dos Negócios Estrangeiros alemão defendeu esta quarta-feira que o Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, tem de aceitar a realidade do seu país, avisando que a União Europeia vai responder a qualquer violação de direitos fundamentais.

"O senhor Lukashenko não terá escolha a não ser reconhecer a realidade das ruas do seu país", expressou Heiko Maas em comunicado.

O chefe da diplomacia alemã alertou que, "com a crescente repressão contra manifestantes pacíficos, a cúpula em Minsk está a tornar-se cada vez mais marginalizada" e sublinhou que esses "bravos cidadãos" saem às ruas do país para protestar contra a fraude eleitoral e a favor do seu direito à liberdade e participação democrática.

Não exigem "nem mais, nem menos, do que um diálogo aberto" com as lideranças do Estado, acrescentou.

Ao mesmo tempo, advertiu que a UE vai responder a qualquer violação grave dos direitos humanos e dos princípios fundamentais democráticos.

A situação na Bielorrússia vai ser uma das principais questões que os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE vão abordar na reunião de quinta e sexta-feira, em Berlim, no âmbito da presidência alemã, indicou.

Maas descreveu a detenção, interrogatório e intimidação dos membros do conselho coordenador da oposição como algo "absolutamente inaceitável".

O ministro acrescentou que este órgão da oposição deixou repetidamente claro que o seu objetivo é contribuir para "uma resolução pacífica da atual crise com base na atual Constituição e também respeitando as estreitas relações da sociedade civil entre a Rússia e a Bielorrússia".

A Bielorrússia está a ser palco de uma onda de protestos contra a reeleição do Presidente, Alexander Lukashenko, que muitos, incluindo a UE, consideram fraudulenta.

O país entrou na terceira semana de protestos populares, na sequência das eleições de 09 de agosto, que segundo os resultados oficiais reconduziram Alexander Lukashenko, no poder há 26 anos, a um sexto mandato, com 80% dos votos.

A oposição denuncia a eleição como fraudulenta e milhares de bielorrussos saíram às ruas por todo o país para exigir o afastamento de Lukashenko.

Em resposta ao agravamento da crise, a UE acordou impor sanções contra as autoridades bielorrussas ligadas à repressão e à fraude eleitoral.

A principal adversária de Lukashenko nas presidenciais, Svetlana Tikhanovskaya, que segundo os números oficiais obteve 10% dos votos, refugiou-se na Lituânia dois dias após as eleições.

Os protestos têm sido duramente reprimidos pelas forças de segurança, com quase 7.000 pessoas detidas, dezenas de feridos e pelo menos três mortos.

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