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380 mil jovens portugueses são viciados no Facebook

14 de julho de 2016 às 12:13

Um estudo sobre a adicção ao Facebook em Portugal revela que os jovens com este problema apresentam níveis de saúde mental e de bem-estar psicológico preocupantes

Um estudo sobre a adicção ao Facebook em Portugal revela que os jovens com este problema apresentam níveis de saúde mental e de bem-estar psicológico "preocupantes e significativamente piores" do que os utilizadores regulares.

Segundo o estudo, coordenado pelo investigador português Halley Pontes, da Nothingham Trent University, no Reino Unido, "a adicção ao Facebook está associada a maior preferência para interacção socialonlinee níveis elevados de sintomas depressivos, ansiedade patológica e stress".

A investigação, publicada noInternational Journal of Mental Health and Addiction, decorreu em Maio e Junho de 2015 e envolveu uma amostra de 547 jovens estudantes portugueses do 2º e 3º ciclo do ensino básico.

O estudo procurou avaliar a extensão dos problemas relacionados com a utilização excessiva e problemática do Facebook, entre outras adicções, numa amostra exclusivamente portuguesa, disse à Lusa o investigador Halley Pontes.

"Dada a penetração da Internet e dossitesde redes sociais entre os jovens portugueses, juntamente com a necessidade de mais investigação sobre o uso contextualizado da Internet, tornou-se fundamental entender" os efeitos que o uso excessivo e viciante destas redes podem ter sobre a saúde mental dos adolescentes, refere o estudo.

A investigação verificou que "a adicção ao Facebook estava presente em 3,6% da amostra total. Tendo em conta a população geral, esta percentagem poderia traduzir-se num total ligeiramente acima dos 380 mil indivíduos, o que é bastante significativo", disse Halley Pontes, que já publicou mais de 50 estudos científicos na área da adicção à Internet e videojogos.

Os resultados do estudo apontam que, "em termos do bem-estar psicológico e saúde mental, os indivíduos com problemas de adicção ao Facebook apresentaram níveis preocupantes e significativamente piores, em comparação aos participantes que não apresentavam problemas de adicção" a esta rede social.

Para Halley Pontes, estudar o problema da adicção às redes sociais é de extrema relevância no contexto da promoção da saúde mental nos indivíduos.

Vários estudos sugerem que o excessivo uso das redes sociais, leva a que os indivíduos apresentem níveis de saúde mental bastante reduzido.

Um estudo recente realizado numa amostra representativa da população jovem do Canadá verificou que os jovens que costumavam utilizar as redes sociais por mais de duas horas diárias, apresentaram piores níveis de saúde mental geral, maior incidência de problemas do foro psiquiátrico, aumento das ideias suicidas, bem como uma maior necessidade de suporte a nível da saúde mental.

Segundo oInquérito à Utilização de Tecnologias da Informação e da Comunicação pelas Famílias 2015, do Instituto Nacional de Estatística, a participação em redes sociais é mais frequente em Portugal do que na média dos países da União Europeia.

Em 2015, 70% dos utilizadores de Internet em Portugal participavam em redes sociais, ainda assim menos dois pontos percentuais do que em 2014, mas mais 13 pontos percentuais do que em 2011.

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