Trump e bin Salman, uma amizade por interesse
O presidente dos Estados Unidos e o príncipe saudita mantêm uma relação próxima que não foi abalada nem pelas questões de jornalistas relativas à morte do jornalista Jamal Khashoggi.
O presidente dos Estados Unidos e o príncipe saudita mantêm uma relação próxima que não foi abalada nem pelas questões de jornalistas relativas à morte do jornalista Jamal Khashoggi.
O presidente norte-americano, Donald Trump, recebeu, esta terça-feira, o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, em Washington D.C.. Esta é a primeira visita do príncipe à Casa Branca desde o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, por agentes sauditas em 2018.
Durante o mandato de Joe Biden, oficiais de inteligência norte-americana divulgaram um relatório a concluir que o príncipe herdeiro tinha ordenado o assassinato do crítico do regime saudita.
Cerimónia começou com receção a Mohammad bin Salman.
Apesar dos serviços secretos dos EUA acreditarem que o foi o príncipe herdeiro a ordenar o assassinato, o Departamento de Estado dos EUA defende que Mohammed Bin Salman tem direito a imunidade em processos judiciais pelo seu papel como primeiro-ministro saudita.
É esperado que durante a visita do presidente norte-americano à Arábia Saudita seja discutida a proteção dos direitos humanos depois do afastamento entre os dois países devido ao assassinato de Jamal Khashoggi.
Mohammed bin Salman teve um reunião extraordinária com o primeiro-ministro britânico em junho do ano passado, pedindo-lhe para "corrigir e reconsiderar" uma decisão "errada" da Premier League de bloquear a compra do clube inglês por parte de um consórcio saudita. Boris cedeu à pressão, mas negócio acabou por cair.
O quadro adquirido por cerca de 380 milhões de euros pelo príncipe saudita Mohammed Ben Salman, terá sido pintado pela oficina de Leonardo da Vinci e não pelo próprio mestre.
Filho do falecido rei Abdalá e sobrinho do rei Salman foi detido por autoridades sauditas na sua casa, num caso de "desaparecimento forçado".
Dono do Washington Post e da Amazon foi hackeado através de uma mensagem do WhatsApp enviada pelo príncipe saudita Mohammed bin Salman.
Trump considerou Mohammed bin Salman como um "amigo" e felicitou-o pelo seu "trabalho espetacular", mas não respondeu a perguntas sobre envolvimento deste no assassínio do jornalista no ano passado.
Há várias semanas que o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman não aparece nas reuniões governamentais. Ausência está a causar desconforto na administração.
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Mohammed bin Salman referiu em conversas telefónicas que se Jamal Khashoggi não regressasse ao país pela sua própria vontade, teria que ser forçado a voltar.
Se o projecto prosseguirá conforme o previsto é um mistério - talvez tão enigmático quanto o destino do Salvator Mundi, de Leonardo da Vinci, a obra-prima de 450 milhões que não é vista em público desde que outro príncipe saudita a comprou num leilão no ano passado.
O Senado atribuiu responsabilidades a Bin Salman na morte do jornalista saudita. Também aprovou a retirada de apoio militar aos sauditas no Iémen. Trump deve vetar.