Juiz de instrução criminal defendeu o uso de escutas na Operação Miríade e acredita que militares arguidos agiram à margem das instituições, não tendo sido "conspurcadas" por este processo.
Os investigadores do Porto foram convocados numa sexta-feira para se apresentarem em Lisboa na segunda-feira seguinte para participarem nas buscas aos Comandos. A maioria recusou. O diretor nacional teve que intervir. O presidente do sindicato denunciou a situação numa carta interna
O incidente, que está a ser investigado pelas autoridades portuguesas, acontece num momento de extrema tensão entre as autoridades de Bangui e a Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização da República Centro-Africana.
Ministro da Defesa e chefes militares estiveram esta tarde no Parlamento para esclarecer os deputados sobre a Operação Miríade e o facto de nem Presidente da República nem primeiro-ministro terem sido informados das investigações.
PSD quer audição "muito urgente" de João Gomes Cravinho para "prestar os devidos esclarecimentos sobre as falhas de comunicação entre as referidas entidades que integram os órgãos de política de Defesa Nacional".
Na despedida de um contingente de 110 militares, que partiram para a República Centro-Africana, Marcelo Rebelo de Sousa disse que não é "um ou 10 casos" que vão abalar a reputação dos militares.
O Ministério Público sustenta que Paulo Nazaré seria um líder de um grupo que se dedicou a contrabandear diamantes, burlas informáticas e branqueamento de capitais. Porém, o preço das pedras apreendidas até não é elevado e a rede era tudo menos organizada.
Dos oito diamantes apreendidos pela Polícia Judiciária aos militares portugueses apenas cinco serviam para joias.
Nuno Pereira da Silva, coronel de Infantaria na reserva, escreveu no jornal O Ericeira um texto de opinião em que defende que o problema do recrutamento nos comandos fica à vista quando sucedem casos como o da rede de tráfico de diamantes, cujo alegado cabecilha é um ex-militar.
Marcelo defende que a reputação das Forças Armadas Portuguesas continua "intacta" após a Operação Miríade, em que foram detidas onze pessoas, incluindo militares e ex-militares.
O juiz Carlos Alexandre definiu o reinício da diligência a partir das 09:30 com a promoção das medidas de coação por parte do Ministério Público.
Escutas terão permitido chegar a diplomatas sediados em Portugal.
Entre os 11 arguidos que foram detidos pela Polícia Judiciária (PJ) estão militares, ex-militares, nomeadamente Comandos, um agente da PSP -- do comando metropolitano de Lisboa --, um guarda da GNR em formação e um advogado.
